A RELAÇÃO DE PACIENTES COM COVID-19 E INJÚRIA MIOCÁRDICA: UMA REVISÃO DE LITERATURA.
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/2960Palavras-chave:
COVID-19, FATORES DE RISCO, INJÚRIA MIOCÁRDICAResumo
Introdução: Desde o primeiro caso do novo coronavírus ocorrido em Wuhan, China, em 2019, tem-se observado inúmeros pacientes infectados apresentando maiores riscos de adquirir injúria miocárdica. Tendo em vista a fisiopatologia do COVID-19, que envolve mecanismos hipertensivos e possível acometimento de órgãos alvo, como o coração, complicações nesses casos podem estabelecer um prognóstico desfavorável. Objetivos: 1) Estabelecer a relação entre COVID-19 e injúria miocárdica; 2) Identificar os principais fatores de risco relacionados à injúria miocárdica e ao COVID-19. Material e métodos: O presente estudo é uma revisão de literatura feita entre os períodos de Janeiro de 2020 a Fevereiro de 2021. Foram encontrados 65 artigos, com os descritores COVID-19, injúria miocárdica e fatores de risco, em português e inglês, nas bases de dados PubMed e SciELO. Foram selecionados 8 artigos que se adequaram ao tema. Resultados: Estudos brasileiros e chineses reconhecem que há relação entre o COVID-19 e a incidência de injúria miocárdica. Isso ocorre por meio do mecanismo de ação do SARS-CoV-2, que se liga à enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2), e está em grande quantidade nos pulmões, rins e coração. Este último torna-se um potencial órgão alvo, visto que, ao ocorrer a conversão de grandes quantidades de angiotensina II em angiotensina I, o organismo promove uma resposta compensatória de aumento de ECA1, a qual converte angiotensina I em angiotensina II, causando vasoconstrição, hipertensão e possível injúria miocárdica. Outrossim, estudos comprovam a existência de relação entre o aumento dos níveis de troponina em pacientes com COVID-19 e injúria miocárdica, provocando eventos isquêmicos (principalmente infarto) e não isquêmicos (inflamações e miocardites). Ademais, fatores de risco como obesidade, hipertensão e diabetes foram associados à piora do prognóstico de pacientes com a doença. Conclusão: O COVID-19 pode causar injúria miocárdica e, somado a fatores de risco, influenciar em um mau prognóstico, apresentando aumento de mortalidade e complicações no tratamento. Os estudos ainda são escassos e pouco elucidativos em certificar o real acometimento cardíaco na doença, bem como a sua prevalência. São necessários estudos mais robustos e realização de autópsias para entender melhor a fisiopatologia do COVID-19 no coração.
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