COMPARAÇÃO DAS TAXAS DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS NO BRASIL - UMA SÉRIE TEMPORAL
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/2959Palavras-chave:
DOAÇÃO, ÓRGÃOS E TECIDOSResumo
Introdução: O Brasil é destaque mundial na realização de transplantes de órgãos. Contudo, há grande desproporção entre oferta e demanda por órgãos. Em 2019, havia 11.399 potenciais doadores, enquanto 37.946 pessoas aguardavam por um órgão. Em 2020, com pandemia por COVID-19, as mudanças se estenderam, para a doação e transplante de órgãos. Objetivos: Comparar o número de transplantes de órgãos e tecidos realizados, durante o primeiro semestre dos anos de 2019, 2020 e 2021. Material e métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, quantitativo. Os dados obtidos a partir das edições do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) referentes aos primeiros semestres de 2019, 2020 e 2021. Incluídos: números doadores de órgãos sólidos e tecidos, doadores potenciais. Resultados: Quanto ao número de transplantes de coração, foram realizados 203 (2019/1), 148 (2020/1) e 131 (2021/1), redução de 35,5% na comparação entre 2019 e 2021. Já os transplantes de fígado reduziram 12,5%, com os valores de 1.051 (2019/1) para 979 (2020/1) e 920 (2021/1). Transplante de pâncreas, realizaram-se 86 em 2019/1, 61 em 2020/1 e 73 em 2021/1, recuperação de 19,6% em 2021. Foram realizados 48 transplantes de pulmão em 2019/1, 35 em 2020/1 e 33 em 2021/1. Transplantes de rim sofreram queda expressiva de 31,4%. Foram 2.964 em 2019/1, 2.409 em 2020/1 e 2.035 em 2021/1. Apurou-se uma redução acumulada de 26,7% (2019-2021) no total de órgãos sólidos transplantados. O quadro dos transplantes de medula óssea é relativamente estável, com queda de 2,4% entre 2019 e 2021. Observada uma queda de 44,3% (2019-2020) no número de transplantes de córnea, seguida por um aumento de 41,2% (2020-2021). O número de potenciais doadores diminuiu 6,6% entre 2019/1 e 2020/1 e aumentou 14,6% entre 2020/2021, totalizando assim o único fator com crescimento percentual global (7,1%) em relação ao período anterior. Conclusão: Com o avanço da pandemia, as maiores quedas foram observadas em órgãos como coração e fígado. Apesar do aumento no número de potenciais doadores, as condições impostas pela pandemia aos sistemas de saúde, a falta de testes e outros motivos de contraindicação médica contribuíram para que uma parcela de doadores em potencial não fossem efetivados.
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