DESREGULAÇÃO DA CÉLULA DENDRÍTICA NA COVID-19: UMA REVISÃO LITERÁRIA
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/985Palavras-chave:
Célula Dendrítica, Covid-19, Imunidade Celular, Sars-cov 2Resumo
Introdução- As células dendríticas (CDs) são células apresentadoras de antígenos, consideradas mensageiras cruciais entre a imunidade inata e a adaptativa, possuindo papel central na defesa contra patógenos intracelulares. Em geral, a CD após capturar o vírus migra para os órgãos linfoides secundários, onde apresenta peptídeos e participa da diferenciação de linfócitos T. Acredita-se que o comprometimento da resposta efetiva dos linfócitos T está associada a disfunção das CDs na COVID-19. Objetivo- Avaliar a consequência da desregulação da CD na COVID-19. Material e métodos- Foi realizado levantamento bibliográfico do período de 2020 e 2021 na base de dados da PubMed. Utilizou-se as palavras-chave “COVID-19”, “SARS-CoV-2” e “dendritic cells”. Foram excluídos artigos que não se referiam à participação da CD em casos graves de COVID-19. Somente 6 artigos abordaram o tema de forma satisfatória, sendo assim selecionados. Resultados- As CDs são amplamente distribuídas no trato respiratório, onde atuam como importantes sentinelas, mas também são alvos de infecções pelo SARS-CoV-2. Autópsias pós-morte de pacientes com COVID-19 mostraram que o SARS-CoV-2 acarreta morte celular em órgãos linfoides secundários, o que pode comprometer a apresentação antigênica. Foi relatado que o SARS-CoV-2 é capaz de ficar em estado de latência nas CDs, o que impossibilita a sua ativação e expressão de moléculas coestimuladoras, prejudicando a apresentação de peptídeos aos linfócitos T, como também a geração de linfócitos Th1, ocasionando uma redução da resposta imune celular e pior prognóstico. Além disso, o SARS-CoV-2 pode desregular a CD, estimulando a produção de grandes quantidades de citocinas pró-inflamatórias (TNF-α, IL-6 e IL-8), chamada de tempestade de citocinas que, associada a uma resposta anti-viral inadequada, contribui para a inflamação exacerbada observada na COVID grave. Por outro lado, foi mostrado uma correlação entre a ativação de CDs por trombina-PAR-1 e a hipercoagulabilidade em casos graves da COVID-19. Conclusão- As CDs dendríticas possuem papel crucial na imunidade celular e no bom prognóstico da COVID-19. Porém, a sua disfunção, induzida pelo SARS-CoV-2, pode comprometer a resposta de linfócitos T e exacerbar a inflamação. Faz-se necessário a realização de mais estudos acerca da correlação dessa disfunção com o pior prognóstico da COVID.
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