A DEPRESSÃO PÓS-PARTO PATERNA E OS SEUS IMPACTOS NO CONTEXTO FAMILIAR
Palavras-chave:
Depressão pós-partoResumo
Introdução: A depressão pós-parto (DPP) paterna é um quadro de sintomas depressivos que surge no homem no período pós-parto. Embora o homem não sofra as mudanças fisiológicas da gravidez e do puerpério, passa por profundas mudanças psicológicas que afeta o desenvolvimento das crianças e a satisfação conjugal, ou seja, é um problema de saúde pública e exige uma intervenção multifacetada. Objetivo: Elucidar o impacto da DPP paterna para a puérpera e o recém-nascido. Material e métodos: O presente estudo é uma revisão sistemática da literatura, utilizando artigos nacionais e internacionais, por meio de buscas nas bases de dados SCIELO, PUBMED e MEDLINE utilizando os descritores (“Paternal postnatal depression” AND "parent-child relations”) pesquisados no MeSH e no DeCS. Resultados: Estudos mostram que a prevalência de DPP paterna foi de 8,75% no primeiro ano de vida do recém-nascido, 8,98% no primeiro mês, 7,82% entre o primeiro e o terceiro meses, 9,23% entre o terceiro e o sexto meses e 8,40% entre o sexto e décimo segundo meses. Entre os fatores que favorecem o aparecimento da DPP paterna destaca-se a DPP materna, visto que os sintomas depressivos de um dos membros do casal influenciam o estado psicológico do outro. Nota-se o aumento da separação matrimonial, o elevado nível de estresse e a repercussão na saúde mental de toda a família, já que o tempo e a atenção que o recém-nascido exige refletem-se em menor disponibilidade do casal para a própria relação. Ademais, o quadro depressivo paterno no pós-parto afeta, também, o desenvolvimento infantil. A curto prazo, há evidências de que os filhos tendem a episódios prolongados de choro e dificuldades no sono, na interação e no comportamento alimentar. A médio e a longo prazos, tendem a aumentar a frequência de distúrbios comportamentais e emocionais, ocasionando o aumento do risco de ideação suicida e da depressão. Conclusão: Assim, ressalta-se a necessidade do cuidado e da atenção ao pré-natal parental e puerperal, considerando-se que a assistência deve centrar-se na família, visando à prevenção da DPP. Identificar essa patologia beneficia toda a unidade familiar, porquanto o tratamento do pai reflete diretamente no bem-estar da família.
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