COVID-19 GRAVE, UMA DOENÇA IMUNOLÓGICA.
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/987Palavras-chave:
Citocinas, Covid-19, Inflamação, Tratamento, Resposta ExacerbadaResumo
Introdução: Desde o final de 2019, o maior objetivo da imunologia tem sido desvendar os mecanismos fisiopatológicos da COVID-19 e a formação de anticorpos contra o Sars-CoV-2. Atualmente, caracterizada como uma doença infecciosa viral, a COVID-19 pode ter como principal causa de agravamento a resposta imune desregulada, conforme estudos recentes têm apontado. Objetivos: Demonstrar que a COVID-19 é, de fato, uma doença imunológica desencadeada por um patógeno viral. Material e métodos: Revisão sistemática nas bases de dados PubMed, LILACS, SciELO, Science, MDPI e medRxiv, nas quais foram identificados 37 artigos, dos quais cinco foram incluídos na amostra final. Resultados: Da busca bibliográfica, desde Janeiro de 2020 mais de 170 artigos correlacionam casos graves de COVID-19 com uma resposta imunológica exacerbada e descontrolada. Estudos indicam que a desregulação da resposta imune de uma parcela de pessoas pode provocar uma tempestade de citocinas que resulta em dano tecidual disseminado, agregação plaquetária e disfunção endotelial, contribuindo com a formação de microtrombos e, consequentemente, com suas complicações. Em comparação com outras infecções disseminadas, como a Sepse por exemplo, na condução da COVID-19 não há critérios e nem parâmetros laboratoriais e/ou clínicos que indiquem a conduta adequada no momento certo para conter a progressão da doença. Conclusão: A definição fisiopatológica da COVID-19 como sendo uma doença infecciosa viral, cai por terra quando analisada do ponto de vista da resposta imunológica que essa infecção provoca. É sabido que a resposta humoral do sistema imune necessita de um certo tempo, após o contato com o patógeno, para que haja a produção de anticorpos, e dessa forma, o uso precipitado de corticoides de maneira preventiva, pode inibir a resposta adaptativa impedindo apresentação de antígeno aos linfócitos B. Em contra partida, a postergação prolongada da administração desses fármacos pode ser incapaz de conter uma resposta imunológica já fora de controle. Sendo assim, ainda na falta de um protocolo nacional de tratamento e critérios adequados para a conduta dessa doença, talvez focar em conter a inflamação no tempo certo possa ser uma opção eficaz.
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