INFECÇÃO POR Toxoplasma gondii EM GESTANTES E COMPLICAÇÕES PARA O RECÉM-NASCIDO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA.

Resumo

Introdução: O Toxoplasma gondii, agente etiológico da toxoplasmose, é um protozoário intracelular obrigatório que possui ciclo evolutivo dividido em três formas, ambas com poder infeccioso, transmitida principalmente pelas vias oral e congênita. Durante a gravidez a infecção pode provocar aborto espontâneo, anormalidades neurológicas e visuais, ou ser assintomáticos ao nascimento, desenvolvendo manifestações clínicas tardias. Objetivo: Identificar as complicações clínicas provocadas por toxoplasmose para saúde materno-infantil, com base na literatura. Material e métodos: Este estudo constitui-se de uma revisão integrativa com base na literatura presente no PubMed, para busca foram utilizado descritores “toxoplasmose”, “congênita”, “recém-nascidos”, “complicações na gravidez”, foram selecionados 8 estudos para análise, no período de uma década, não havendo critérios de idioma, porém o idioma inglês foi predominante. Resultados: A toxoplasmose é uma zoonose mundial que pode apresentar complicações quando adquirida na gestação, geralmente as gestantes são assintomáticas, porém em um estudo clínico realizado em hospital de referência no Rio de Janeiro, Brasil, 22,1% das gestantes apresentaram sintomas de febre, cefaleia, linfonodomegalia, astenia, mialgia e odinofagia. Ademais, a doença possui evolução, principalmente, nos neurônios e miócitos, contudo durante o desenvolvimento fetal o sistema nervoso central e os tecidos que possuem as mesmas propriedades embrionárias, ainda encontra-se em estado de fragilidade, explicando a razão das principais complicações no feto, como aumento da pressão intraocular, microftalmia, estrabismo, neurite óptica, catarata e necrose retinal que pode resultar cegueira. No cérebro provoca anormalidades como hidrocefalia, microcefalia e retardo psicomotor, além disso, cerca de 10% da infecção pré-natal resulta em aborto ou morte. As manifestações clínicas podem ter como razão a falta de conhecimento das gestantes e porventura um pré-natal de baixa qualidade. Conclusão: Apesar de a parasitose ser de conhecimento mundial, grande quantidade das gestantes possui escassa compreensão da doença, como também a gravidade. Diante disso, é necessário que durante todo o prénatal, sejam dadas informações pertinentes quanto à prevenção e os fatores de risco para esta protozoonose, realização de sorologias para toxoplasmose conforme protocolos do Ministério da Saúde, tratamento em tempo oportuno com antimicrobianos e encaminhamento da gestante para o pré-natal de alto risco