GENITÁLIA AMBÍGUA: ASPECTOS PSICOSSOCIAIS ENVOLVIDOS NA DEFINIÇÃO DO SEXO

Autores

  • Ana Letícya Gomes de Melo Silva
  • Bianca Barbosa de Siqueira
  • Emanoel Gomes da Silva
  • Vinicius Rennan Rodrigues da Silva
  • Amanda Soares de Vasconcelos

DOI:

https://doi.org/10.51161/rems/3223

Palavras-chave:

GENITÁLIA AMBÍGUA, PSICOSSOCIAL, SEXO

Resumo

Introdução: Genitália Ambígua está associada a alterações na formação embriológica da genitália que podem ser causadas por fatores genéticos, hormonais ou por Hiperplasia Adrenal Congênita. Nessa condição não há presença de características associadas unicamente ao sexo feminino ou masculino. Ainda hoje, na clínica diária, temos situações e conflitos que não permitem um estudo psicossocial do indivíduo levando a uma intervenção precoce.  Objetivo: Descrever aspectos psicossociais que envolvem a condução e desfecho dos casos de Genitália Ambígua.  Material e métodos: Revisão integrativa na plataforma PubMed, com descritor “Ambiguous Genitalia”. Foram incluídos artigos escritos em português, inglês e espanhol, publicados entre 2018 e 2022, completos e adequados ao tema.  Resultados: De 117 artigos encontrados, 7 foram selecionados. Essa condição clínica tem incidência de 1:2000-1:4500 casos, diagnosticados durante o pré ou pós-natal, porém as incertezas e as decisões sobre o manejo são fatores estressores tanto para a equipe de saúde quanto para os familiares - podendo desencadear nestes últimos  ansiedade e depressão exacerbados. A declaração do sexo biológico, permitida legalmente em alguns países como neutro, ainda é um assunto que gera bastante debate mundialmente, pois está ligada à tomada de decisão sobre a redesignação sexual e ao consentimento esclarecido. Isso se intensifica pelo caráter social dessa condição, que extrapola o biológico, abrangendo questões sexuais, de gênero, aceitação social e individual, afetando as relações interpessoais do indivíduo principalmente na adolescência, trazendo frustração, ansiedade, angústia, medo, revolta, culpa, tristeza, rejeição. Alguns serviços, trazem a definição do sexo precoce como um atenuador de possíveis traumas nas crianças, somado à resolução para o dilema médico.  Porém, o olhar da equipe multidisciplinar para os aspectos psicossociais da condição, das relações familiares, da aceitação das crianças portadoras por ela mesma e pela família, são importantes. Atentando, inclusive, para espera da criança atingir o período de definição sexual ou da puberdade para que ela opte pelo seu sexo definitivo.  Conclusão: Os casos de genitália ambígua requerem uma atenção holística durante as várias fases da vida. Sendo fulcral estabelecer equipes multidisciplinares para acompanhamento clínico longitudinal nessas situações, agindo não só no diagnóstico e conduta, mas também no apoio psicológico.

Publicado

2022-03-09

Como Citar

Silva, A. L. G. de M. ., Siqueira, B. B. de ., Silva, E. G. da ., Silva, V. R. R. da ., & Vasconcelos, A. S. de . (2022). GENITÁLIA AMBÍGUA: ASPECTOS PSICOSSOCIAIS ENVOLVIDOS NA DEFINIÇÃO DO SEXO. Revista Multidisciplinar Em Saúde, 2(4), 40. https://doi.org/10.51161/rems/3223

Edição

Seção

I Congresso On-line Nacional de Histologia e Embriologia Humana

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