INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS RELEVANTES ENTRE OS PRINCIPAIS MEDICAMENTOS INDICADOS PARA A COVID-19 E MEDICAMENTOS PADRONIZADOS EM UM HOSPITAL DE SERGIPE
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/2955Palavras-chave:
COVID-19, INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS, FARMACOTERAPIAResumo
Introdução: A COVID-19 é uma doença causada pelo pelo vírus Severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2), com quadro clínico que varia de infecções assintomáticas a quadros respiratórios graves. Medicamentos como antivirais, corticosteroides, antimaláricos e até anti-hipertensivos (inibidores da enzima conversora de angiotensina [IECA] e bloqueadores do receptor de angiotensina [BRA]) estão sendo estudados para o tratamento da COVID-19 ou suas complicações. No cenário de uma pandemia, grande parte das ações e intervenções são empíricas e baseadas em achados derivados de experimentos in vitro, experiências pessoais anedóticas e estudos observacionais pequenos sem metodologia adequada. Segundo Diretrizes para Diagnóstico e Tratamento da COVID, “Até o momento, não existem evidências robustas de alta qualidade que possibilitem a indicação de uma terapia farmacológica específica para a COVID-19. Desde o final de 2019 vários estudos estão sendo realizados na busca de alternativas terapêuticas para o tratamento da COVID-19”. Objetivo: Identificar as potencias interações medicamentosas dos principais fármacos utilizados no tratamento da COVID-19 em associação aos medicamentos padronizados em um Hospital Universitário de Sergipe. Metodologia: Foram utilizadas as bases de dados UpToDate e DRUGS para avaliação das interações medicamentosas. Resultados: Observou-se interações relevantes, como por exemplo: hidroxicloroquina/cloroquina aumenta a concentração de ivermectina devido a inibição enzimática provocada pelo antimaláricos; azitromicina e levofloxacino quando em combinação com hidroxicloroquina/cloroquina ou/e lopinavir/ritonavir aumentam riscos de prolongamento do intervalo QT e arritmia cardíaca. Alguns antiarrítmicos (adenosina, amiodarona, digoxina, milrinona, verapamil) e anti-hipertensivos (propranolol, nifedipino, metoprolol, carvedilol, anlodipino, atenolol, captopril, clonidina, enalapril, hidralazina, losartana, metildopa, nitroprusseto) também podem resultar no aumento do intervalo QT, bem como no aumento da absorção desses na corrente sanguínea e consequentemente aumento de sua biodisponibilidade o que pode acarretar em uma redução abrupta da pressão arterial. Outros efeitos desagradáveis como dificuldade para respirar, palpitações, hipotensão e confusão foram encontrados entre o lopinavir/ritonavir e o metronidazol. Além das interações graves como diminuição do metabolismo do remdesivir e atazanavir provocada pela rifampicina; aumento da excreção urinária de ciprofloxacino quando associado com a hidroxicloroquina/cloroquina. Conclusão: Diante das interações apresentadas, é de fundamental importância o acompanhamento farmacoterapêutico durante a terapia e avaliação da segurança do paciente.
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