REZADEIRAS E A VALORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE PARA A AMPLIAÇÃO DO CUIDADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores

  • Francisco Dos Santos Paiva Júnior
  • César Virgílio Freitas Nobre
  • Karine Da Silva Oliveira
  • Antonio Rômulo Gabriel Simplicio
  • Thinally Ribeiro Abreu
  • Samuel Oliveira Matos

DOI:

https://doi.org/10.51161/rems/2805

Palavras-chave:

ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA, EDUCAÇÃO EM SAÚDE, REZADORAS

Resumo

Introdução: A Educação Popular em Saúde (EPS) pautada na participação social das práticas do fazer saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), através de metodologias leves, agrega valores sócio, políticos e culturais à promoção de saúde já conhecida, fugindo do caráter biológico. Assim, pelas diversas cidades e cantos do país, as rezadeiras/rezadoras à serviço da cultura popular, são conhecidas pela capacidade de curar as feridas da alma e do corpo, amparadas por ervas, ritos e imagens. Objetivo: Descrever experiência referente ao impacto positivo das crenças populares, associadas as rezadeiras, para saúde biopsicossocial dos usuários de uma unidade de saúde. Material e métodos: Este relato de experiência descreve informações obtidas através de observação direta, de cunho qualitativo. Os dados foram coletadas após visitas domiciliares, em conversas com rezadeiras usuárias de uma unidade de saúde, localizada na cidade de Sobral-Ceará, entre agosto a setembro de 2021. Resultados: Consideradas por muitos como "feiticeiras do bem" as rezadeiras atuam com rituais revestidos de mistérios, que nos remetem às divindades protetoras de origem religiosa europeia e africana e que, magicamente, podem intervir em males terrenos e espirituais, ressaltando “que só serve para quem tem crença e fé”. No território observado muitas relataram curas ofertadas por meio de suas rezas. Diversos são os gestos e palavras desenvolvidos nos rituais de cura, sendo utilizadas ervas medicinais, imagens de santos, rosários e oratórios. Sendo os rituais para cura de “quebranto e mal olhado, dores em regiões do corpo, cobreiro, ventre virado e espinhela caída” os mais frequentes, especialmente em crianças. Assim, as mesmas abrem as portas de suas casas e oferecem, principalmente aos mais carentes, "remédios" e tratamentos alternativos. Conclusão: Portanto, observou-se o valor de métodos alternativos de tratamento das diversas mazelas que assolam nossa população, mais naturais e acessíveis, que podem ser conciliados com as práticas científicas tradicionais. A EPS como portadora da coerência política da participação social e das possibilidades teóricas e metodológicas vem transformar as tradicionais práticas de educação em saúde em práticas pedagógicas que levem à superação das situações como a do tratamento centrado somente as tecnologias duras, medicamentos e máquinas. 

Publicado

2021-12-17

Como Citar

Júnior, F. D. S. P. ., Nobre, C. V. F. ., Oliveira, K. D. S. ., Simplicio, A. R. G. ., Abreu, T. R. ., & Matos, S. O. . (2021). REZADEIRAS E A VALORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE PARA A AMPLIAÇÃO DO CUIDADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. Revista Multidisciplinar Em Saúde, 2(4), 50. https://doi.org/10.51161/rems/2805

Edição

Seção

I Congresso Brasileiro de Saúde Pública On-line: Uma abordagem Multiprofissional

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