HISTOPATOLOGIA DA PANCREATITE CRÔNICA DE ETIOLOGIA ALCOÓLICA
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/2716Palavras-chave:
CÉLULAS ESTRELADAS DO PÂNCREAS, HISTOLOGIA, PANCREATITE CRÔNICAResumo
Introdução: O pâncreas é uma glândula mista. Sua porção exócrina é acinosa composta, contendo células piramidais com grânulos de zimogênio, ativados apenas no duodeno. Há células centroacinosas, tributárias dos ductos intercalares, intralobulares (epitélio cúbico ou colunar), interlobulares (epitélio simples colunar) e do ducto pancreático principal (epitélio simples colunar com células caliciformes). Ilhotas de Langerhans compõem porção endócrina, principalmente com células alfa e beta, produtoras de glucagon e insulina, respectivamente. Células estreladas pancreáticas remodelam a matriz extracelular quando há dano, depositando colágeno, fibronectina e laminina, desempenhando papel fundamental na pancreatite crônica alcoólica. Objetivos: Descrever a histologia pancreática e sua relação com a pancreatite crônica de etiologia alcoólica. Material e Métodos: Pesquisa de artigos nas bases PubMed e Scielo, Patologia Básica 9ª Ed; Junqueira e Carneiro Histologia Básica 12ª Ed, Medicina Interna Harrison 19ª Ed. Resultados: Pancreatite crônica (PC) é uma doença inflamatória que destrói progressiva e irreversivelmente o pâncreas. Possui etiologia multifatorial, porém alcoolismo é a principal causa. Consumir álcool cronicamente causa repetidas lesões nas células acinares, resultando na secreção do fluido pancreático em meio intracelular. Isso promove autodigestão, inflamação e estresse oxidativo e obstrução ductal. Esse estresse pode alterar níveis de cálcio intracelular, causando cálculos, e intensificar a secreção enzimática intra-acinar. Ainda, pode causar oxidação lipídica da membrana, ocasionando produção de radicais livres e fatores pró-inflamatórios. Esses fatores causam aumento de pró-fibrogênicos, ativando células estreladas pancreáticas, que remodelam matriz danificada. Contudo, sua perpetuação resulta em alterações histológicas, com substituição do parênquima normal por tecido fibroso irregular. Assim, ocorre infiltrado de células inflamatórias, destruição de ácinos e ilhotas, anormalidades ductais, atrofia e calcificação. Com isso, pacientes comumente apresentam dor abdominal crônica epigástrica, irradiada para dorso. A intensidade e frequência da dor aumentam progressivamente, prejudicando qualidade de vida. Pacientes podem apresentar disfunções exócrinas, causando má absorção, deficiência de vitaminas lipossolúveis e perda de peso. Mais tarde, disfunções endócrinas, como diabetes mellitus, podem se desenvolver. Conclusão: Abuso de álcool lesa o pâncreas e ativa células estreladas, que modificam o tecido por meio de fibrose, provocando pancreatite crônica. Reitera-se a importância do estudo da histologia pancreática para compreensão da fisiopatologia e histopatologia da doença.
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