HIPOTIREOIDISMO EM UM CANINO DA RAÇA SCHNAUZER – RELATO DE CASO

Resumo

Introdução: O hipotireoidismo é a principal endocrinopatia que acomete os cães, sendo uma doença com sinais clínicos inespecíficos e de progressão lenta. A patologia se caracteriza pela deficiência na produção ou secreção de hormônios tireoidianos, ou por distúrbios estruturais e funcionais na glândula tireoide. Objetivo: Descrever o diagnóstico e tratamento correto de hipotireoidismo em uma cadela sênior. Relato de caso: Uma canina, castrada, da raça Schnauzer, com 10 anos, com 8,8kg foi atendida em uma clínica veterinária particular em Caxias do Sul/RS, com queixa principal de odor fétido cutâneo acompanhado de prurido e apatia. Na anamnese, a tutora relatou que havia realizado tratamento prévio durante 6 meses com itraconazol, porém, sem melhora. Durante o exame físico foi observado escore de condição corporal 4 (escala de 1 a 5) e os demais parâmetros fisiológicos estavam dentro da normalidade. Observou-se rarefação pilosa, descamativa, hiperqueratose, seborreia oleosa e fétida, além de otite bilateral. Assim, realizou-se coleta de sangue para avaliação hematológica e bioquímica sérica, como colesterol total, triglicerídeos, fosfatase alcalina, creatinina, ureia e alanina aminotransferase, apresentando apenas policitemia. Foi realizada dosagem de t4 total, resultando em baixa concentração. Visando que a paciente possuía sinais clínicos análogos ao hiperadrenocorticismo foi efetuado o teste de supressão com dose baixa de dexametasona, o qual resultou negativo. Foi prescrita levotiroxina sódica (22 μg/kg/q.24h) de uso contínuo e aplicação tópica nos condutos auditivos de solução contendo hidrocortisona, sulfato de gentamicina e nitrato de miconazol (1 mL em cada ouvido q.24h, durante 7 dias). Após 30 dias, a paciente retornou, sendo pesada e havia perdido 1,4kg, sem sinais clínicos de otite, a pele ainda possuía hiperqueratose e crostas, mas em menor quantidade. Foram refeitos exames de hemograma, bioquímicos (colesterol total, triglicerídeos, fosfatase alcalina e glicose) e dosagem de t4 total, sendo que todos estavam dentro dos limites fisiológicos, confirmando a eficácia do tratamento. A prescrição de levotiroxina sódica foi mantida e solicitado revisões a cada 6 meses para monitoramento. Conclusão: O diagnóstico da endocrinopatia associado ao tratamento correto foi de suma importância, visando que a paciente estava há 6 meses sendo tratada com antifúngico incorretamente.