Relação das variáveis limnológicas sobre a composição de insetos aquáticos no rio Xingu, Pará, Brasil

Autores

  • Ana Caroline Leal Nascimento
  • Alany Pedrosa Gonçalves
  • Jaciane Côrrea Santos
  • Isaac Sidomar Cabral da Silva Fernandes
  • Karina Dias-Silva

Palavras-chave:

limnologia, Volta Grande do rio Xingu, macroinvertebrados aquáticos, corredeiras

Resumo

Introdução: Os insetos aquáticos desempenham um papel importante na cadeia trófica, ao se alimentarem de outros organismos e também, por serem fonte de alimento para outras comunidades, em particular a de peixes e aves. Além disso, são utilizados como bioindicadores da integridade ambiental dos ecossistemas aquáticos e são dependentes da qualidade do hábitat e da água. Objetivo: Avaliar a relação das variáveis limnológicas sobre a composição de insetos aquáticos em ambientes de corredeiras, no rio Xingu. Material e métodos: As coletas foram realizadas com um amostrador do tipo Surber, em 10 sítios distribuídos ao longo da Volta Grande do rio Xingu, no município de Altamira-PA, em outubro de 2015. Em cada sítio foram realizadas 6 amostras de insetos aquáticos e coletadas as seguintes variáveis ambientais: velocidade da água, profundidade, condutividade elétrica, pH, oxigênio dissolvido e temperatura da água. Resultados: Foram coletados 8.397 indivíduos distribuídos em dez ordens, sendo elas Coleoptera, Diptera, Ephemeroptera, Hemiptera, Lepidoptera, Megaloptera, Neuroptera, Odonata, Plecoptera e Trichoptera. As ordens mais abundantes foram Ephemeroptera (n=4.674), seguido de Trichoptera (n=2.061) e Diptera (n=1.234). E as menos abundantes foram as ordens Neuroptera (n=6) e Megaloptera (n=12). As variáveis ambientais apresentaram as seguintes médias e desvios padrão: condutividade (31,85±25,51); pH (8,23±0,52), temperatura (30,27±1,27); oxigênio dissolvido (7,19±0,85); velocidade da água (0,41±0,12) e profundidade (0,74±0,28). Avaliamos a relação da composição de insetos aquáticos com as variáveis ambientais com o Teste de Mantel e não encontramos relações significativas (r=-1,137; 0,670). E nem apresentaram relação com as ordens mais abundantes. Conclusão: As variáveis ambientais em sítios de corredeiras apresentaram poucas variações nas condições ambientais ao longo do rio e provavelmente não afetou a composição de ordens e a abundância dos insetos aquáticos. Estudos que consideram um nível taxonômico mais refinado podem identificar possíveis associações com as características ambientais das corredeiras e cachoeiras da Volta Grande do rio Xingu. Tendo em vista que ambientes de corredeiras contribuem para heterogeneidade ambiental deste rio, e atividades antrópicas nesse tipo de ambiente pode levar a perda de biodiversidade.

Downloads

Publicado

2020-12-01

Como Citar

Nascimento, A. C. L., Gonçalves, A. P., Santos, J. C., Fernandes, I. S. C. da S., & Dias-Silva, K. (2020). Relação das variáveis limnológicas sobre a composição de insetos aquáticos no rio Xingu, Pará, Brasil. Revista Multidisciplinar De Educação E Meio Ambiente, 1(2), 96. Recuperado de https://editoraime.com.br/revistas/index.php/rema/article/view/516

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)