MACRÓFITAS AQUÁTICAS NOS RESERVATÓRIOS DA USINA HIDRELÉTRICA (UHE) BELO MONTE, RIO XINGU
Palavras-chave:
Amazônia, Ambientes aquáticos, Biodiversidade, Plantas aquáticasResumo
Introdução: Os ecossistemas de água doce são importantes para as populações humanas e para a biodiversidade, nesses ambientes, a construção de reservatórios hidrelétricos se destaca por sua importância social. Porém com a implantação de reservatório hidrelétrico, ocorre a alteração da dinâmica do rio, que pode ocasionar a propagação de macrófitas aquáticas. As macrófitas auxiliam na manutenção do equilíbrio ecológico dos ecossistemas aquáticos, servindo de alimento e abrigo para vários organismos e representam uma parcela significativa da biodiversidade vegetal. Objetivo: Nosso objetivo foi realizar um levantamento das espécies de macrófitas aquáticas nos Reservatórios da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, implantada no rio Xingu. Material e métodos: Nós coletamos em 34 unidades amostrais, totalizando 52 km percorridos via água, no ano de 2019. Em cada unidade amostral foi utilizado um quadrado de 1m2 de PVC e todas as espécies encontradas foram identificadas no campo ou no laboratório. Resultados: O inventário registrou um total de 25 espécies, divididas em 15 famílias, 20 gêneros. As famílias com maior número de espécies e de gêneros foram Cyperaceae e Poaceae (quatro espécies). Os gêneros Eichhornia, Ludwigia e Polygonum, apresentaram o maior número de espécies (2) cada. Dos 34 pontos de coleta, Salvinia auriculata Aubl. foi registrada em 17 pontos, seguida de Hymenachne amplexicaulis (11) e Eichhornia crassipes (8), essa alta frequência se deve ao fato delas conseguirem sobreviver e se adaptarem a diferentes condições ambientais, a exemplo a variação no nível da água, uma vez que duas delas são flutuantes e H. amplexicaulis enraizada com caule flutuante. Em nossas buscas por literatura e ocorrência de plantas aquáticas encontramos um relatório de consultoria feito na região. É muito importante ressaltar que apesar do relatório apresentar 106 espécies, nosso inventário contribuiu com dados para maior conhecimento da vegetação aquática dessa região, isso porque das 25 espécies encontradas, cinco são novas ocorrências para essa região do Xingu: Thelypteris interrupta, Echinodorus grandiflorus, Eleocharis acutangula, Polygonum ferrugineum e Spermacoce verticillata (espécie anfíbia). Conclusão: Com apenas 34 amostragens novos registros dessas plantas para a região foram encontrados, mostrando que ainda há muito o que se estudar e conhecer sobre a biodiversidade desse grupo. Trabalhos que entendam os padrões de distribuição e as variáveis ambientais que afetam a presença desse grupo ainda são necessários, visto que a construção de Belo Monte é recente, as alterações nas comunidades serão observadas com o tempo e os grupos aquáticos ainda estão se adaptando a nova situação.
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