Perfil Epidemiológico dos Acidentes por Animais Peçonhentos na Região do Xingu

Autores

  • Renata Cardoso Costa
  • Thayse de Oliveira Brito
  • Tamires Castro Chaves
  • Francisco Bruno Teixeira

Palavras-chave:

Epidemiologia, acidentes por animais peçonhentos, região do Xingu

Resumo

Introdução: Os acidentes por animais peçonhentos são um problema de saúde pública devido à grande quantidade de casos notificados no país e a possibilidade de morte do envolvido. Assim, o conhecimento da epidemiologia desse agravo é importante no intuito de identificar fatores de risco e combatê-los de maneira eficaz. Nesse contexto, a região do Xingu conta com diversos problemas ambientais, expansão do agronegócio e crescimento desordenado de cidades, principalmente no caso de Altamira, fatores este que contribuem para a redução do hábitat dessas espécies. Objetivo: Descrever o número de acidentes por animais peçonhentos notificados na região do Xingu. Material e métodos: Trata-se de um estudo descritivo, cujos dados foram obtidos do SINAN (Sistema de Informações de Agravos de Notificação), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As informações são relativas ao período de 2009 a 2019, na região do Xingu. Resultados: Entre 2009 e 2019, 9.569 casos de acidentes por animais peçonhentos foram notificados na região do Xingu, sendo o maior número registrado no ano de 2019 (1.149 casos) e o menor número em 2012 (665 casos). Destes, 30 evoluíram a óbito, com maior frequência nos anos de 2017 e 2018 (7 óbitos em cada ano). Acidentes por escorpiões foram os mais comuns no período analisado (58%) seguido por serpentes (32%) em maior destaque. Além disso, observou-se que entre 2009 e 2012 houve um decréscimo de casos de 28%, entre 2012 e 2015 houve um aumento de 35%, entre 2015 e 2016 houve uma diminuição de 10% e entre 2016 e 2019 voltou a crescer em 41%. Homens (73%), pardos (75%), com idade entre 20-39 anos (38%) e com escolaridade de 1ª a 4ª série incompleta do ensino fundamental (38%) foi o perfil de vítima mais frequentemente encontrado no estudo, sugerindo que indivíduos economicamente ativos e baixa formação escolar são propensos a exercerem funções com maior risco de exposição. Os dados parecem apontar que em bairros com estrutura deficitária ocorreram a maioria dos acidentes, no entanto, mais estudos com foco local precisam ser realizados. Conclusão: Apesar das oscilações, nos últimos quatro anos houve um aumento expressivo dos acidentes com animais peçonhentos na região do Xingu. Dessa forma, é necessária orientação contínua e adoção de medidas preventivas, como o uso de equipamentos de proteção individual e evitar acúmulo de entulhos próximo a residências, a fim de proporcionar segurança em lares e nas atividades de trabalho diárias.

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Publicado

2020-12-01

Como Citar

Costa, R. C., Brito, T. de O., Chaves, T. C., & Teixeira, F. B. (2020). Perfil Epidemiológico dos Acidentes por Animais Peçonhentos na Região do Xingu. Revista Multidisciplinar De Educação E Meio Ambiente, 1(2), 86. Recuperado de https://editoraime.com.br/revistas/index.php/rema/article/view/506