AGRAVOS NEUROLÓGICOS DA EXPOSIÇÃO A AGROTÓXICOS: REVISÃO DE LITERATURA
Resumo
Introdução: O uso de agrotóxicos em lavouras é uma forma eficiente de eliminar pragas, entretanto, apresenta uma série de desvantagens para o produto das plantações, para o consumidor final, e para os trabalhadores rurais. Dessa forma, o contato constante com esses químicos pelos lavradores os expõe a danos à saúde, como a riscos do desenvolvimento de doenças, dentre elas, as de âmbito neurológico. Objetivo: Relacionar a exposição a agrotóxicos e o surgimento de danos ao sistema nervoso de agricultores. Material e métodos: Foi realizada uma revisão de literatura, no qual foram selecionados os artigos mais relevantes, nos idiomas português e inglês, dentre os anos 2007 a 2020, nas plataformas Google Acadêmico, Scielo e LILACS. Resultados: A exposição constante a substâncias agrotóxicas sugere uma série de riscos à saúde dos trabalhadores, e vários fatores contribuem para isso, incluindo o tempo de exposição, o uso de equipamentos de proteção individual, a presença de doenças preexistentes e os hábitos de vida dos indivíduos. Nesse sentido, estudos realizados com esses indivíduos foram capazes de identificar o desenvolvimento ou o agravamento de sinais, sintomas e doenças de origem neurológica. Há uma prevalência de transtornos mentais como depressão e ansiedade, de maiores chances de suicídio, de abuso no consumo alcoólico, de cefaleia, de danos oftalmológicos e otoneurológicos. A respeito dos efeitos da neuro-ototoxicidade, destaca-se prejuízos ao sistema vestibular, como tonturas, zumbidos e perda auditiva. Em outro artigo, relata-se que a exposição de trabalhadores rurais a agrotóxicos organofosforados fornece 50% mais chances de se desenvolver transtornos mentais. Além disso, tal exposição sugere causar efeitos muscarínicos, nicotínicos, cognitivos, comportamentais, motores e sensitivos, favorecidos pela não utilização de equipamentos de segurança adequados, pela falta de cuidados de higiene e pelo não conhecimento acerca dos riscos desse contato. Outo fator relevante foi a influência da exposição a agrotóxicos no desenvolvimento a longo prazo de doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer a partir da intoxicação por esses compostos. Conclusão: Os resultados encontrados estabelecem uma relação clara entre a exposição a agrotóxicos e a existência de sintomas e sinais indicativos de danos ao sistema neurológico. Nesse cenário, torna-se importante a discussão dessa problemática que possui repercussões na saúde pública e ambiental.
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