MUDANÇA TEMPORAL NA COMPOSIÇÃO DA PAISAGEM NO ESTADO DO PARÁ
Palavras-chave:
Usos do solo, agropecuária, pastagem, mineração, desmatamento, cobertura florestalResumo
Introdução: O processo de ocupação das paisagens amazônicas para a produção de energia, mineração, atividade madeireira e atividade agropecuária tem levado a uma grande perda de cobertura florestal. O estado do Pará tem uma grande extensão territorial e sua paisagem tem sido transformada em áreas antropizadas com expressiva perda da cobertura de floresta natural. Objetivo: Avaliar o processo histórico de perda da cobertura florestal no estado do Pará, identificar os principais tipos de usos do solo que surgiram com a perda da floresta e quais os municípios tiveram maior perda florestal e se há uma relação entre perda florestal e tamanho da área do município. Material e métodos: Nós utilizamos informações de uma série temporal de 33 anos de mudança de cobertura e uso do solo (1985 a 2018) do Projeto MapBiomas, Coleção 4.1. A relação entre perda de cobertura florestal e tamanho da área do município foi avaliada através de uma correlação de Pearson. A perda de cobertura florestal foi representada pela área de floresta substituída por áreas urbanas, agricultura, pastagem e mineração. Resultados: Nós observamos que a perda da cobertura florestal não foi constante no tempo, pois houve um aumento de 1985 a 2002 e uma diminuição entre 2003 a 2011. Contudo, a partir de 2012 houve um aumento expressivo na perda de floresta, possivelmente associado a aprovação do Novo Código Florestal. Essa perda de cobertura florestal foi provocada principalmente pela conversão da floresta natural em áreas de pastagem, seguida pela agricultura, infraestrutura urbana e por fim, a mineração. Ao longo dos 33 anos, os municípios com maior perda de cobertura florestal foram Nova Esperança do Piriá e Paragominas. O município de Nova Esperança do Piriá perdeu 35,618,621 ha de floresta para pastagem enquanto Paragominas perdeu 27,319,034 ha. A mineração foi o uso do solo menos expressivo nesses dois municípios, da mesma forma que no prestante do estado, presente apenas em Paragominas com 992 ha convertidos. Não houve relação entre a área total dos municípios e a perda de cobertura florestal (r = 0,059, p = 0,478). Conclusão: A modificação da paisagem e a perda da cobertura florestal no Pará não foram constantes no tempo e nem uniformemente distribuídas pelo território do estado. Isso possivelmente está relacionado as políticas de incentivos fiscais que o estado recebeu no passado, que visavam o desenvolvimento econômico e beneficiaram algumas regiões do Pará.
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