Introdução: O Brasil passa por um rápido e intenso processo de envelhecimento populacional sendo que idosos apresentam maior carga de doenças crônicas e de incapacidades, levando ao aumento da demanda por atenção à saúde, especialmente em serviços de emergência. Objetivos: Analisar as características demográficas e morbimortalidade de idosos atendidos em serviços de emergência. Metodologia: Estudo observacional e retrospectivo através da análise de dados de demanda de idosos em serviço público de emergência no período de janeiro a dezembro de 2018, no município de Botucatu-SP. Foram analisados os diagnósticos de saída do atendimento no Pronto-socorro Adulto (PSA) do município e desfechos como encaminhamento para Pronto-socorro Referenciado (PSR) e óbitos. Resultados: Do total (83.906) de pacientes atendidos pelo PSA no período do estudo, 22.025 (26,2%) eram indivíduos acima dos 60 anos de idade, sendo a faixa entre 60 e 65 anos a mais frequente (28%). Os diagnósticos mais frequentes foram: Dor aguda, Tosse, Dor lombar baixa, Dispneia e Infecção do Trato Urinário. Foi necessário encaminhamento para PSR de 2880 (39%) dos idosos atendidos, sendo que estes apresentavam mediana de idade foi de 74,77 anos e 92,05% deles tinham pelo menos uma comorbidade. Quanto à mortalidade, observou-se um total de 339 (1.6%) óbitos de idosos nos serviços de emergência nas primeiras 24 horas, sendo 179 em homens e a maioria ocorreu no serviço referenciado. As principais causas de óbitos encontradas foram sepse, doenças cardiovasculares, insuficiência respiratória, choque e neoplasia. Conclusão: Idosos são responsáveis por mais de um quarto dos atendimentos de emergência e 39% deles necessitam de atendimento referenciado. O dimensionamento e a caracterização desta demanda foram descritos e podem ser usados para direcionar futuras intervenções envolvendo cuidados em emergência nesta população.
Publicado
2022-03-16
Como Citar
Vital, K. R. ., & Valle, A. P. do . (2022). PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE IDOSOS ATENDIDOS EM SERVIÇO DE EMERGÊNCIA. Revista Multidisciplinar Em Saúde, 2(4), 332. https://doi.org/10.51161/rems/3279