A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA NA DETECÇÃO DE NEOPLASIAS INFANTOJUVENIS

Resumo

Introdução: No Brasil, as neoplasias correspondem à principal causa de mortes em crianças e adolescentes. A gênese da doença ainda não é definida, sendo apontados fatores embrionários. Nesse contexto, o acompanhamento contínuo às famílias na atenção primária possibilita a identificação dos primeiros sinais e sintomas do câncer infanto-juvenil, reduzindo a morbimortalidade. Objetivo: Por meio desta revisão literária, objetiva-se enfatizar a importância da Atenção Primária à Saúde no diagnóstico de tumores na fase infanto-juvenil. Material e métodos: Realizou-se uma pesquisa de artigos na Biblioteca Virtual em Saúde, complementando com textos publicados em livros e revistas científicas. Resultados: O câncer gera desestruturação familiar, principalmente, quando acomete pacientes de idade precoce. Nessa perspectiva, a atenção primária é a porta de entrada das redes de atenção à saúde, interligando os demais componentes do sistema, e oferece suporte ao acolhimento do paciente, apoio à terapêutica, cuidados paliativos bem como atenção psicoafetiva à família. Sabe-se que a conduta eficiente é baseada no referenciamento ágil do doente pelo nível primário a centros especializados, pois grande parte dos cânceres nessa fase da vida é tratável. Entretanto, 85% das queixas são inespecíficas, podendo ser confundidas com moléstias comuns à faixa etária, o que compromete a rapidez do diagnóstico. Ademais, profissionais relatam a dificuldade de acesso dos usuários aos serviços de exames diagnósticos e a lentidão do sistema de referência e contrarreferência, fragilizando a integralidade dos atendimentos. Somado a esses fatores, em alguns casos, existe um diálogo ineficaz entre responsável-paciente-profissional, levando à negação da doença pela própria família. Conclusão: Portanto, os serviços prestados pela atenção primária são fundamentais na detecção de neoplasias em infanto-juvenis. Contudo, para a excelência na identificação dos casos, é imprescindível maior capacitação técnica e o emprego de cuidados adequados no âmbito das alterações físicas, psicológicas e sociais impostas pela doença, envolvendo o usuário e seus familiares.