TRANSTORNOS MENTAIS NA ADOLESCÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/3113Palavras-chave:
ADOLESCÊNCIA, DIAGNÓSTICO, NEURODESENVOLVIMENTO, PREVENÇÃO, TRANSTORNOS MENTAISResumo
Introdução: A adolescência é um período de tempo limitado e peculiar, caracterizado por mudanças ambientais, fisiológicas e por um processo de neurodesenvolvimento funcional do cérebro, de maneira, relativamente, invertida. Objetivo: Revisar, com base na literatura, a hipótese de que a configuração do neurofuncionamento cerebral, nessa fase, predispõe ao desenvolvimento de distúrbios comportamentais e emocionais, ainda que não seja, unicamente, determinante para a evolução de patologias psiquiátricas. Material e métodos: As bases de dados consultadas foram: Psycinfo, Pubmed e Scopus, em publicações de 2017 a 2021, com os descritores: “transtorno mental” AND “neurodensenvolvimento funcional” AND “adolescentes”, em português e inglês. Os critérios de exclusão foram: estudos fora do tema, faixa etária diferente da especificada ou publicações anteriores a 2017. Cinco artigos satisfizeram aos critérios da pesquisa. Resultados: Os autores pesquisados corroboraram com a hipótese levantada, reafirmando que, no período crítico da adolescência, o aspecto neurobiológico mais primitivo e impulsivo, comandado pelo sistema límbico (em acelerado desenvolvimento) se sobrepõe ao controle inibitório mais ponderado do córtex pré-frontal (que se desenvolve plenamente mais tarde). Junte-se a isso fatores hormonais e ambientais significativos: mudanças corporais, primeiras experiências afetivo-sexuais, a competitividade, escolha profissional, pressão social de aceitação no grupo, pressão estética, moda, exclusão, bullying, mídias digitais, entre outros. Todos esses desafios, para quem já possui predisposições neurobiológicas, pode desencadear precocemente doenças mentais desde a infância (mais raro) ou a adolescência (cada vez mais comum), aumentando a gravidade, dificultando o tratamento e piorando o prognóstico. Conclusão: Diante de tais evidências, esse consiste num momento vulnerável da vida, do ponto de vista da saúde mental, e merece especial cuidado, tanto dos profissionais, professores e familiares/cuidadores na identificação e reconhecimento precoce dos sinais/sintomas a fim de melhorar a evolução e a qualidade de vida dos que adoecem. Em se tratando de um estudo do neurodesenvolvimento, para além do tratamento medicamentoso, recomenda-se psicoterapia e mudanças de hábitos de vida com inserção social, uma vez que a o isolamento social traz prejuízos, não só no funcionamento sócio-emocional, mas também constitui um dos principais preditores de atrofia cerebral subcortical.
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