ERLIQUIOSE CANINA NA SERRA GAÚCHA - RELATO DE CASO
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/1901Palavras-chave:
ANEMIA, ATENDIMENTO, CANINO, HEMOCITOZOÁRIO, PROSTRAÇÃOResumo
Introdução: A erliquiose canina é causada por uma bactéria intracelular transmitida por carrapatos, podendo apresentar-se de forma aguda, subclínica e crônica. Objetivo: Objetivou-se descrever um caso de erliquiose canina na região da serra do Rio Grande do Sul, devido à baixa incidência da patologia nesta localidade. Materiais e métodos: Foi atendido em uma clínica veterinária particular em Bento Gonçalves/RS um canino macho, da raça Shih-Tzu, com 6 anos de idade, orquiectomizado e com protocolo vacinal adequado, porém com controle antiparasitário desatualizado. O tutor relatou que o animal apresentou episódios de êmese, anorexia e prostração há um dia. Ao exame clínico, constatou-se apenas mucosas hipocoradas, com demais parâmetros fisiológicos dentro da normalidade para a espécie. Não foi observada presença de ectoparasitas no animal. Coletou-se sangue para avaliação de hemograma e dosagem bioquímica, com nitrogênio ureico, creatinina, alanina aminotransferase, fosfatase alcalina e glicose, além da pesquisa de hemocitozoários. Resultados: No hemograma observou-se anemia normocítica e normocrômica com características de regeneração, presença de aglutinação persistente em solução salina e trombocitopenia. No leucograma havia uma leucocitose com neutrofilia e desvio à esquerda, linfopenia e presença de neutrófilos tóxicos hipossegmentados. Na bioquímica sérica observou-se hiperproteinemia, aumento da fosfatase alcalina e hiperglicemia. A pesquisa de hemoparasita foi realizada pelo método direto em lâmina de microscopia, sendo negativa, foi solicitada análise molecular através da técnica de RT-PCR. Assim, optou-se pela internação e tratamento sintomático do paciente, sendo prescrito fluidoterapia endovenosa com ringer lactato (taxa de 20mL/h), dexametasona (0,5mg/kg via endovenosa, a cada 24h), enrofloxacina (5mg/kg via subcutânea, a cada 12h), ondansentrona (0,3 mg/kg via endovenosa, a cada 12h) e citrato de maropitant (1mg/kg via subcutânea, a cada 24h) durante 4 dias. O paciente não apresentou melhora clínica, ocorrendo óbito 3 dias após o atendimento, entretanto, o tutor não autorizou a necropsia. O exame molecular identificou Ehrlichia spp., porém, o laudo foi recebido após o óbito do paciente. Conclusão: A demora em estabelecer o diagnóstico definitivo aliado aos sinais clínicos inespecíficos e agudos contribuíram para o insucesso do tratamento. Assim, destaca-se a importância da descrição de casos para epidemiologia da erliquiose na região da serra gaúcha.
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