PREVALÊNCIA DA ESTRONGILOIDÍASE EM PORTADORES DE HIV/AIDS NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/761Palavras-chave:
AIDS, Brasil, HIV, prevalência, Strongyloides stercoralisResumo
Introdução: Estrongiloidíase é uma parasitose hiperendêmica no Brasil causada pelo helminto Strongyloides stercoralis. Apresenta importante morbimortalidade em indivíduos imunossuprimidos, com possibilidade de hiperinfecção e disseminação decorrentes de autoinfecção e cronificação favorecidas pelo ciclo de vida do helminto. Portadores de HIV/AIDS podem ser acometidos pelas formas graves da parasitose. Objetivo: Realizar revisão da literatura acerca da prevalência de estrongiloidíase em portadores de HIV/AIDS no Brasil para compreensão da epidemiologia desta parasitose nesta população. Material e métodos: Conduziu-se pesquisa bibliográfica nas bases Medline, LILACS, ScienceDirect, Web of Science e EMBASE, utilizando-se os termos Strongyloides stercoralis, HIV, prevalência, Brasil e seus correspondentes em inglês, sendo selecionados artigos publicados entre 2005 e 2020, em português e inglês. Resultados: A ocorrência e gravidade da estrongiloidíase em portadores de HIV/AIDS envolve diversos fatores além da resposta imune do hospedeiro. A frequência de S. stercoralis em indivíduos com HIV/AIDS é maior que na população geral. Em estudo realizado no Ceará, encontrou-se prevalência de 30,1% do helminto em portadores de HIV/AIDS em anos anteriores à utilização da terapia antirretroviral (TARV) e de 11% em pacientes usando TARV, tendo a terapia um impacto positivo no controle da estrongiloidíase nestes indivíduos. Apesar da redução da prevalência em momentos distintos da terapêutica anti-HIV, em ambos os períodos, S. stercoralis foi o parasito mais frequente. Em Uberlândia-MG, a prevalência da parasitose em portadores de HIV/AIDS foi de 12%, com dois casos de hiperinfecção em indivíduos alcoólatras crônicos. Dentre portadores de HIV com alcoolismo crônico, 64,3% apresentavam estrongiloidíase, sendo o alcoolismo um fator de risco para a parasitose, inclusive hiperinfecção. No Rio de Janeiro, a prevalência detectada do helminto foi de 24%; em Goiás, foi de 1,1% em uma amostra pouco representativa. Em São Paulo, encontrou-se prevalência de 0,2% através de endoscopia e biópsia, e não exame parasitológico de fezes, padrão-ouro para diagnóstico da infecção. O S. stercoralis é mais prevalente em pessoas do sexo masculino, possivelmente por maior exposição a situações de risco, como o sexo anal desprotegido. Conclusão: Os estudo analisados demonstram que a prevalência de estrongiloidíase em portadores de HIV/AIDS no Brasil é bastante variável, sendo maior em homens.
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