IMPORTÂNCIA DA NUTRIÇÃO ORIENTADA SOBRE MORBIDADES FETAIS E MATERNAS ASSOCIADAS À DIABETES MELLITUS GESTACIONAL
Palavras-chave:
alimentação, atenção primária à saúde, diabetes gestacional, nutriçãoResumo
Introdução: A Diabetes Melito Gestacional (DMG) pode ser caracterizada como qualquer grau de intolerância à glicose, com início ou primeiro reconhecimento durante a gestação. Além de problemas para a mulher (como aquisição de Diabetes Mellitus tipo II pós-parto), a hiperglicemia gestacional aumenta os riscos de os filhos dessas gestantes desenvolverem obesidade, síndrome metabólica e/ou diabetes na vida futura. No Brasil, cerca de 7% das gestações têm complicações relacionadas à hiperglicemia gestacional. Logo, percebe-se a necessidade de intervenções, no âmbito primário e ambulatorial, para o controle glicêmico dessas gestantes, tendo a nutrição um papel fundamental. Objetivo: Revisar os aspectos atuais da literatura relacionados às intervenções realizadas pela Atenção Primária à Saúde (APS) no cuidado nutricional para controle DMG. Material e métodos: Realizou-se uma análise retrospectiva da literatura por meio de levantamento de materiais bibliográficos entre os anos de 2010 e 2019 na plataforma BVS com os descritivos “diabetes mellitus”, “gestacional”, “nutrição”. Foram selecionados cinco artigos metodologicamente adequados para embasar a discussão. Resultados: A terapia nutricional, preferencialmente associada a exercícios físicos, constitui a primeira etapa no controle da DMG. O objetivo desta é atingir, para cada gestante individualmente, níveis energéticos e nutritivos adequados para apropriado ganho de peso gestacional juntamente ao controle glicêmico. Cerca de 60% das gestantes conseguem atingir a normoglicemia apenas com essa terapêutica. Desse modo, evita-se o ganho excessivo de peso pelas gestantes, além de gerar menor taxa de macrossomia fetal e de complicações perinatais. De forma geral, recomenda-se, além do suporte básico de vitaminas e sais minerais, que a dieta da gestante com DMG priorize uma distribuição harmônica entre os macronutrientes de modo que o valor energético total seja alcançado com cerca de 45-65% de carboidratos, 20-35% de lipídeos e 15-20% de proteínas. Conclusão: Diante da alta incidência da DMG, percebe-se a importância e o potencial da terapia nutricional para gestantes com essa afecção. Nesse contexto, reforça-se a relevância de uma equipe multidisciplinar na APS para coordenar tal terapêutica, visando à integridade da saúde da gestante e seus filhos.
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