ALTERAÇÕES EM REGIÕES NÃO-CODIFICADORAS DO GENOMA NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/2316Palavras-chave:
AUTISMO, DNA NÃO-CODIFICANTE, EXPRESSÃO GÊNICAResumo
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é definido como um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social com padrões repetitivos e estereotipados de comportamento, sendo classificado como “espectro” porque concebe diferentes graus de gravidade. Sua etiologia ainda é desconhecida, mas existem indícios que variações genéticas diversas e fatores ambientais podem afetar o desenvolvimento do cérebro nesta condição. Mutações em regiões que regulam a expressão gênica no DNA codificante de proteínas (éxons) aumentam o risco de desenvolver autismo, e, recentemente foi descoberto que mutações em regiões do DNA não-codificante, antes referidas como “DNA lixo" por serem consideradas não funcionais, podem estar relacionadas ao desenvolvimento do transtorno. Objetivo: Analisar a associação entre mutações em regiões não-codificadoras do DNA com o Transtorno do Espectro Autista. Material e métodos: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados do Google Scholar e PubMed. Foram revisados 10 artigos científicos, utilizando os descritores “Autismo” e “DNA não-codificante” escritos em Inglês e português, publicados de 2015 a 2021. Resultados: Cada indivíduo com autismo pode possuir diferentes variações em sua estrutura genômica. Cerca de 98% do genoma consiste em regiões não-codificantes, que incluem íntrons, regiões promotoras, regiões regulatórias, regiões não traduzíveis (UTRs) e outras que ainda precisam ser exploradas, devido sua amplitude. Em um estudo publicado pela revista Science, conduzido por Sebat, no qual o progresso está sendo baseado em estatísticas do sequenciamento do genoma completo realizado em famílias de indivíduos com TEA, os pesquisadores estavam interessados em partes do DNA não-codificante que regulam a expressão gênica. Foram identificados em indivíduos no espectro autista variantes estruturais nessas regiões, onde grandes sequências de DNA estavam invertidas, duplicadas ou deletadas, quando comparadas com a de seus familiares. Esse estudo também sugere que essas mutações genéticas em indivíduos autistas podem ter sido herdadas de seus pais. Conclusão: Variações genéticas funcionais e regulatórias que ocorrem nas extensas regiões de DNA não-codificante de proteínas ainda permanecem mal compreendidas, necessitando de mais pesquisas que busquem compreender melhor as funções desse tipo de DNA, para que seja possível evidenciar se existe essa associação com desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista.
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