SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS E CONVULSÕES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA COM METANÁLISE
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/2178Keywords:
CONVULSÃO, MICROCEFALIA, ZIKA VÍRUSAbstract
Introdução. Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e Aedes albopictus infectado, entre 2015 e 2016, o Zika vírus foi responsável por um aumento nos casos de microcefalia nas Américas, transformando-se em um grande problema de saúde pública. Além das manifestações típicas da infecção viral, o vírus foi relacionado com alterações no desenvolvimento infantil de fetos em gestantes que se infectaram, com destaque para a microcefalia, convulsões, dentre outras malformações congênitas. Objetivo. O presente artigo objetiva analisar sistematicamente o conhecimento atual sobre a relação entre a síndrome congênita do Zika Vírus (SCZV) e o desenvolvimento de crises convulsivas. Material e métodos. Para a realização desta revisão, utilizou-se as bases de dados PubMed e Scielo, onde foi realizado um levantamento periódico utilizando descritores previamente estabelecidos, respeitando a seguinte fórmula de pesquisa: Congenital AND Zika Virus AND Seizures AND Children. Após leitura do título e resumo foram selecionados 27 artigos. Foram incluídos estudos de coorte, estudos transversais, séries de caso, relatos de caso e estudos de caso controle de pacientes diagnosticadas com a Síndrome Congênita do Zika Vírus. Resultados. Dentre os diversos aspectos que permeiam as alterações clínicas e morfológicas provocadas pela SCZV, foi possível observar uma associação entre a infecção, principalmente durante o primeiro trimestre da gestação, e o surgimento de eventos epileptogênicos. Os tipos de convulsões mais frequentes foram os espasmos epilépticos, seguidos pelas convulsões tônico-clônicas generalizadas e/ou convulsões focais. Além disso, no exame físico foi possível notar sinais motores,neuromusculares ou discinéticos, sendo os mais comuns: aumento dos reflexos tendinosos profundos, hipertonia, clônus, sinais de babinski e hoffman. A presença de microcefalia demonstrou ser um importante fator de risco juntamente com outras alterações morfológicas do sistema nervoso central (calcificações, ventriculomegalia, hidrocefalia, anomalias do corpo caloso, etc.). Conclusão. Nesta revisão, descrevemos a relação entre a SCZV e o desenvolvimento de quadros convulsivos, relatando as características clínicas desses pacientes, a idade de início e sua correlação com malformações cerebrais. Ademais, foi possível demonstrar que grande parte das manifestações convulsionais começaram antes dos 6 meses de vida, tendendo a quadros epiléticos precoces e refratários ao longo do tratamento farmacológico.
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