ALTERAÇÕES DOS MARCADORES CARDÍACOS EM CRIANÇAS DIAGNOSTICADAS COM COVID-19

Resumo

Introdução: A doença por coronavírus 2019 (COVID-19) é uma infecção causada pelo SARS-CoV-2, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global. A transmissão ocorre principalmente por meio de gotículas respiratórias ou contato com objetos ou superfícies contaminados. Os sintomas clínicos mais comuns vão desde anosmia, ageusia, coriza, diarreia, febre, mialgia, fadiga e cefaleia nos casos leves, acrescentando tosse e febre persistentes nos casos moderados até Síndrome Respiratória Aguda Grave. Aproximadamente 15% dos infectados requerem suporte de oxigênio e cerca de 5% apresentam complicações (falência respiratória, sepse e choque séptico, tromboembolismo, lesões hepática ou cardíaca agudas). O número estimado de casos na faixa pediátrica é de 1-5% do total de casos confirmados. No Brasil, até a Semana Epidemiológica 29, dos 1747 óbitos na faixa de 0 a 19 anos notificados com SRAG, 541 (31%) foram confirmados com COVID-19. Objetivo: Apresentar as alterações nas dosagens dos marcadores cardíacos CK-MB e Troponina realizadas em crianças diagnosticadas com COVID-19. Material e métodos: Busca de evidências científicas em pesquisas publicadas nas bases de dados PUBMED e SciELO. Termo MESH aplicado na busca: ((((COVID-19) OR (SARS-CoV-2)) AND (child)) AND (troponin)) OR (CKMB). Critérios de inclusão de trabalhos: completos e finalizados, publicados no último ano, que envolvam humanos e que apresentem resultados da bioquímica cardíaca. Resultados: 26 estudos em PUBMED (15 estudo incluídos para análise e 11 estudos excluídos), 4 estudos em SciELO (2 estudo incluídos e 2 excluídos). Maioria dos pacientes pediátricos apresentaram aumento dos marcadores cardíacos. Níveis mais altos detectados em crianças com menos idade. Conclusão: as alterações dos marcadores cardíacos acometem tanto os casos de sintomatologia leve como grave. A lesão cardíaca é mais comum em crianças com COVID-19 do quem em adultos com COVID-19, principalmente em bebês. Estudos sugerem monitoramento utilizando marcadores cardíacos e outros e manejo clínico por equipe multidisciplinar.