FATORES DETERMINANTES DA PRESCRIÇÃO DE BENZODIAZEPÍNICOS POR MÉDICOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) DE OURO PRETO E MARIANA
Palavras-chave:
Psicotrópicos, Benzodiazepinas, Ansiolíticos, Uso de Medicamentos. Educação MédicaResumo
Introdução: A elevada utilização de benzodiazepínicos (BZD) tanto em Ouro Preto quanto em Mariana suscitou a necessidade de estudos sobre os fatores que propiciam sua prescrição médica, bem como a promoção do seu uso adequado por meio de medidas educativas. Objetivo: Elencar os fatores determinantes da prescrição de BZD no tratamento de transtornos de ansiedade e elaborar material educativo para os prescritores. Material e métodos: O estudo transversal descritivo foi realizado em outubro e novembro de 2019, utilizando-se questionário eletrônico via Google Forms com questões relacionadas à percepção de médicos da atenção primária no SUS de Ouro Preto e Mariana sobre o uso de BZD. Os resultados dessa primeira etapa direcionaram a elaboração de uma cartilha. Este estudo foi aprovado por um Comitê de Ética. Resultados: Dentre os dezoito médicos que participaram da pesquisa, a maioria assumiu a responsabilidade (61,1%) e a capacidade (55,6%) de tratar e diagnosticar transtorno de saúde mental (TSM). Grande parte deles admitiu conhecer (88,2%) e saber (58,8%) manejar somente as principais reações adversas aos medicamentos (RAM) que prescreve. Foram elencados como fatores determinantes da prescrição: necessidade/indicação, boa efetividade e pressão dos pacientes. Paralelamente, alguns fatores ligados aos pacientes são limitantes para o tratamento adequado de TSM, tais como: preocupação com RAM; relutância em consultar; tomar adequadamente os BZD; estigmatização do diagnóstico. Ainda, os participantes apontaram que a falta de recursos terapêuticos alternativos disponibilizados no SUS dos municípios contribui para aumentar a prescrição de BZD. Acupuntura e fitoterapia foram práticas integrativas complementares (PIC) com ótima aceitação entre os respondentes. Baseando-se em evidências científicas idôneas nacionais e internacionais, foi elaborada uma cartilha educativa abordando o uso adequado de BZD, bem como sua desprescrição segura, além de detalhes sobre o uso das PIC como opção terapêutica no tratamento de ansiedade. Conclusão: Apesar de conhecerem sobre a farmacoterapia e manejo de RAM, incluindo dependência e tolerância, os participantes demonstraram vivenciar uma angústia profissional entre a necessidade dos pacientes e a relação benefício/risco da prescrição de BZD. A cartilha busca sensibilizar os prescritores quanto à adequabilidade da prescrição de BZD, bem como inserir as PIC como tratamentos alternativos para ansiedade.
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