SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE PELO SARS-COV-2 OU POR OUTROS AGENTES ETIOLÓGICOS NA POPULAÇÃO INDÍGENA: RELATÓRIO DO PRIMEIRO ANO DA PANDEMIA DA COVID-19 NO BRASIL

Autores

  • Nathalia Mariana dos Santos Sansone
  • Matheus Negri Boschiero
  • Manoela Marques Ortega
  • Isadora Alves Ribeiro
  • Fernando Augusto Lima Marson

DOI:

https://doi.org/10.51161/rems/2948

Palavras-chave:

COVID-19, ETNIA, INDÍGENA, PANDEMIA, SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE

Resumo

Introdução:  No Brasil, a COVID-19 reafirma o cenário de desigualdades sociais dentre os diferentes grupos raciais; sendo que os povos indígenas têm a maior proporção da população vulnerável (28,5%). Neste contexto, a COVID-19 causou impacto entre os indígenas, podendo ocasionar a extinção étnica com maior impacto cultural, principalmente devido a elevada taxa de mortalidade em idosos (responsáveis pela transmissão de conhecimento). Porém, poucos estudos avaliaram as características dos indígenas com a Severe Acute Respiratory Syndrome (SARS) durante a COVID-19. Objetivos: Estimar a prevalência e explorar os fatores de risco do óbito em indígenas com a COVID-19 (G1); comparar as características entre aqueles do G1 vs. aqueles com outros agentes etiológicos (G2). Material e Métodos: Foi realizada uma análise epidemiológica com os dados (demográficos, sintomas clínicos,  comorbidades, evolução na hospitalização e desfecho) do OpenDataSUS (https://opendatasus.saude.gov.br/) e computados pelo Ministério da Saúde de 01/janeiro/2020 a 28/janeiro/2021. O desfecho primário foi o óbito dentre os indígenas do G1, e o desfecho secundário foi a caracterização dos marcadores dentre os grupos G1 e G2. A análise multivariada foi realizada pela regressão logística. Alfa=0,05.  Resultados: Um total de 3.122 Indígenas com SARS  foram incluídos; destes 1.994 pertenciam ao G1 e 730/1.816 (40,2%) morreram. A taxa de morte no G1 foi três vezes maior se comparada ao G2. Dentre as características dos pacientes, contribuíram para o óbito: sexo masculino [OR=1,507 (IC95%=1,010-2,250)]; idade [≥60 anos; OR=3,377 (IC95%=2,292-4,974)]; necessidade de ventilação mecânica invasiva [OR=24,050 (IC95%=12,584-45,962)] e não invasiva [OR=2,249 (IC95%=1,378-3,671)]; dispneia [OR=2,053 (IC95%=1,196-3,522)]; e saturação de O<95% [OR=1,691 (IC95%=1,050-2,723)]. A análise multivariada foi capaz de diferenciar G1 de G2 de acordo com as seguintes características [≥43 anos; OR=1,984 (IC95%=1,480-2,658)]; perda do olfato [OR=2,373; (IC95%=1,461-3,854)]; distúrbios respiratórios prévios [OR=0,487; (IC95%=0,287-0,824)]; e febre [OR=1,445; (IC95%=1,082-1,929]. Conclusão: Os Indígenas apresentam maior risco de óbito decorrente da COVID-19 e, diversos fatores foram associados com o incremento deste risco, bem como, diferenciação entre G1 e G2.

Publicado

2021-10-21

Como Citar

Sansone, N. M. dos S. ., Boschiero, M. N. ., Ortega, M. M. ., Ribeiro, I. A. ., & Marson, F. A. L. . (2021). SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE PELO SARS-COV-2 OU POR OUTROS AGENTES ETIOLÓGICOS NA POPULAÇÃO INDÍGENA: RELATÓRIO DO PRIMEIRO ANO DA PANDEMIA DA COVID-19 NO BRASIL. Revista Multidisciplinar Em Saúde, 2(4), 183. https://doi.org/10.51161/rems/2948

Edição

Seção

I Congresso Brasileiro de Saúde Pública On-line: Uma abordagem Multiprofissional

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.