ABORDAGEM SINDRÔMICA DE DOENÇA REUMATOLÓGICA: POLIARTERITE NODOSA
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/2903Palavras-chave:
ABORDAGEM SINDRÔMICA, DIAGNÓSTICO, POLIARTERITE NODOSAResumo
Introdução: A poliarterite nodosa (PAN) é uma vasculite sistêmica rara, de apresentação variada e diagnóstico difícil. Requer extensa propedêutica, pois, com exceção de evidências obtidas por angiografia ou biópsia, não possui características individuais que a confirmem. Objetivos: Demonstrar a importância da abordagem sindrômica no tratamento da PAN. Material e métodos: Revisão de literatura não sistemática nas bases de dados PUBMED e SCIELO. Os artigos foram selecionados pela leitura de seus resumos, sendo selecionados os mais relevantes. Resultado: Paciente de 36 anos, sexo masculino, tabagista, previamente hígido, admitido com quadro de parestesia em membros inferiores de padrão ascendente, atingindo membros superiores e hemiface direita associado a ataxia de marcha e hipoestesia de membros inferiores. Relato de fraqueza muscular, diplopia monocular à direita, disfagia para sólidos, alteração na fala, incontinência fecal e urinária de esforço, além de perda ponderal de 14kg em 03 meses associada a sudorese noturna, tosse seca e febre. Sem lesões cutâneas. Feita extensa propedêutica para exclusão de outras doenças neoplásicas, reumatológicas, infecciosas e vasculares. Sorologias, provas reumatológicas, enzimas musculares e eletroforese de proteínas sem alterações. A tomografia de crânio com sinusopatia crônica. Tomografias de tórax, abdome e pelve sem alterações. Apesar de sua relevância, não foi realizada angiografia pela indisponibilidade no serviço. Contudo, a perda ponderal superior a 4kg, fraqueza muscular e polineuropatia são critérios diagnósticos da PAN, de acordo com o Colégio Brasileiro de Reumatologia. Assim, pela gravidade dos sintomas e piora dos déficits, foi iniciado pulsoterapia com metilprednisolona com melhora importante. A biópsia de nervo sural confirmou poliarterite nodosa. A eletroneuromiografia evidenciou polineuropatia periférica sensitivo - motora axonal. Conclusão: A abordagem sindrômica precoce no tratamento da PAN é fundamental, pois nem sempre os serviços de saúde possuem acesso fácil e rápido a exames como a biópsia e a angiografia. Tal abordagem faz-se necessária, pois o prognóstico da PAN varia com e sem tratamento. Observa-se taxas de sobrevida em torno de 80% em 5 anos nos casos de terapia imposta. No entanto, sem tratamento, as taxas de sobrevida foram de 50% no primeiro e de 13% no quinto ano de doença.
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