PERCEPÇÃO DE RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS EM SAÚDE SOBRE A DESCARACTERIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA NO CONTEXTO DA PANDEMIA
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/2806Palavras-chave:
ATENÇÃO BÁSICA, PANDEMIA, UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIAResumo
Introdução: Sabe-se que a atenção básica (AB) trabalha essencialmente com ações de prevenção de doenças e promoção da saúde. Contudo, no contexto pandêmico, as demandas de saúde da população ficaram suprimidas em detrimento das ações prioritárias de combate ao novo coronavírus. Tal situação condicionou o crescimento da demanda espontânea com queixas agudas ou crônicas agudizadas que por ora poderiam ter sido sanadas no âmbito da AB em condições normais. Destarte, esse trabalho tem como objetivo: relatar a percepção de residentes multiprofissionais em saúde sobre a descaracterização da AB no contexto da pandemia. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência construído a partir da vivência de residentes em uma Unidade de Saúde da Família (USF) no município de Salvador- Bahia desde 2019 até o momento atual. Resultados: Após o início da vacinação e a retomada progressiva das atividades realizadas na atenção primária a saúde, como as consultas eletivas e, em especial a intensificação da assistência no acolhimento a demanda espontânea, a USF configurou-se como um novo pronto-atendimento. A população tem procurado a unidade básica com necessidades reprimidas e ver no acolhimento um meio de saná-las, exigindo um certo imediatismo na resolutividade de suas demandas, pautando-o na medicalização do cuidado, exemplificado nas situações em que os usuários procuram o acolhimento citando seu possível diagnóstico, bem como sugerindo a prescrição medicamentosa. No entanto, a AB, embora possa atender determinadas demandas emergenciais, diagnósticas e de tratamento, seus pilares não estão firmados na medicalização do cuidado e, o discurso utilizado nas atividades educativas explicando sobre o que é a AB, assim como da proposta de acolhimento fica fragilizado diante da demanda real por assistência à saúde da população adstrita. Tal desafio favorece a desconfiguração da AB diante de um contexto prévio de fragilidade do Sistema Único de Saúde através de políticas públicas desfavoráveis ao seu desenvolvimento. Conclusão: Diante do exposto, conclui-se, portanto, que a AB em saúde necessita de políticas públicas, programas e de ações de estímulo a participação social para o desenvolvimento e fortalecimento do SUS através da Atenção Básica.
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