PERFURAÇÃO DE INTESTINO DELGADO NO TRAUMA ABDOMINAL FECHADO: A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/2797Palavras-chave:
CIRURGIA, TRAUMA ABDOMINAL, PERFURAÇÃO DE DELGADO, LAPAROTOMIAResumo
Introdução: Trauma é uma das causas líderes de morte e incapacidade. Cerca de 30% das mortes ocorrem poucas horas após o trauma. Lesões de intestino delgado são pouco frequentes, sendo o mecanismo de trauma e o alto grau de suspeita clínica os melhores guias para o diagnóstico precoce. Objetivos: Conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce no trauma abdominal fechado a fim de se obter um bom prognóstico. Material e métodos: Atendida em Hospital de Pronto Atendimento uma paciente feminina, 55 anos, trazida pelo Samu, vítima de acidente automobilístico com colisão frontal, em uso de cinto de segurança. Glasgow 15 e estabilidade hemodinâmica. Abdômen doloroso à palpação difusamente, com sinais de irritação peritoneal. TC evidenciando pneumoperitônio e líquido livre na cavidade abdominal. Em laparotomia exploradora, encontradas lacerações em meso e delgado em três locais, com perfuração completa em uma delas. Realizada enterectomia com duplo grampeamento e lavagem da cavidade com soro fisiológico aquecido. Assistida em Centro de Terapia Intensivo (CTI) e enfermaria, apresentou boa evolução, com alta hospitalar após sete dias. Resultados: Embora perfurações de delgado sejam raras em Trauma Abdominal Fechado (TAF), a suspeita diagnóstica deve ser prévia em casos de colisão. A desaceleração pode acarretar em estiramento nos pontos de fixação de vísceras, ângulo de Treitz e região ileocecal, além de abrupta compressão localizada por uso de cinto de segurança. Sinais de irritação peritoneal contribuíram para a suspeita diagnóstica, com possível investigação através de TC. Pneumoperitônio e líquido livre em cavidade foram determinantes para elucidação diagnóstica. A agilidade entre a avaliação clínica inicial e a abordagem cirúrgica possibilitou uma melhor condição metabólica para a recuperação completa da paciente. Conclusão: Na abordagem de pacientes de traumas de alta energia cinética, é preciso investigar a possibilidade de lesões abdominais graves, ainda que pouco frequentes. A suspeita diagnóstica deve ser precoce e complementada por exame de imagem quando possível e indicado. A abordagem cirúrgica imediata é relevante para a reabilitação do paciente.
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