TAXA DE CONVERSÃO DE POTENCIAIS DOADORES EM DOADORES EFETIVOS NO BRASIL: UMA ANÁLISE TEMPORAL
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/2765Palavras-chave:
ANÁLISE, CONVERSÃO, TRANSPLANTEResumo
Introdução: O advento do transplante de órgãos impactou o cenário epidemiológico de inúmeras afecções que, outrora, eram consideradas fatais. No Brasil, assistiu-se a uma importante evolução tecnológica, logística e informacional referente ao processo de doação e transplante de órgãos. Apesar do avanço, a quantidade de transplantes realizados no Brasil ainda é insuficiente para a quantidade de pessoas que aguardam na fila de espera. Destaca-se a discrepância entre o número de potenciais doadores e a quantidade de doações efetivadas. Objetivos: Analisar a tendência da taxa de conversão de doadores potenciais em efetivos no Brasil, entre 2013 e 2020. Material e métodos: Estudo analítico, observacional, longitudinal e retrospectivo. Obteve-se o número de doadores potenciais e de doadores efetivos a partir do Registro Brasileiro de Transplantes. Calculou-se a taxa de efetivação da doação (TE) para cada 100 potenciais doadores e a tendência da TE ao longo do tempo pela regressão linear segmentada (Joinpoint Regression Program versão 4.7), bem como a variação percentual anual (APC) e seu intervalo de 95% de confiança (IC95%). Resultados: Houve aumento na TE durante todo o período analisado. A variação percentual anual foi de 2% (IC95% = 0,6; 3,4). Não houve joinpoint, ou seja, quebra significativa na tendência apresentada. Os valores variaram de 28,47%, em 2013, a 33,08% em 2019. Em 2020, ano de início dos impactos da pandemia pelo SARS-CoV-2, obteve-se uma taxa de 31,3 doadores efetivos a cada 100 doadores em potencial, configurando-se como a menor TE desde 2016. Conclusão: A análise das taxas de doadores efetivos em relação aos potenciais permite a obtenção de um indicador de saúde. Apesar da manutenção da tendência de crescimento desse marcador, o que decorre, houve um regresso notável na efetivação da doação. O impacto da pandemia de COVID-19, com a paralisação de diversos serviços de saúde, representou um obstáculo para a manutenção da tendência crescente das taxas de efetivação. Nesse contexto, estudos posteriores são necessários para elucidação de outros marcadores úteis para o entendimento do padrão de efetivações cirúrgicas na área dos transplantes.
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