ANÁLISE PRELIMINAR DO PERFIL HEMATOLÓGICO DE CÃES ERRANTES DO RIO DE JANEIRO
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/1938Palavras-chave:
CÃES SEM DOMICÍLIO, HEMOGRAMA, SAÚDE ÚNICAResumo
Introdução: Cães errantes estão expostos a ectoparasitas e vetores, desnutrição, infecções bacterianas e micóticas. Não são vacinados e vermifugados, sendo animais mais suscetíveis a doenças, inclusive zoonoses, por terem maior risco de debilidade imunológica. Objetivos: O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil hematológico de cães errantes, incluindo cães cujos tutores são moradores de rua no Estado do Rio de Janeiro. Material e métodos: Amostras sanguíneas de 40 cães errantes foram obtidas junto aos projetos de extensão Melhor Amigo: na rua, na chuva, em qualquer lugar, e Apoio Diagnóstico aos Animais Errantes, vinculados à Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense (UFF). O hemograma foi realizado no Laboratório Clínico Veterinário do Hospital Universitário de Medicina Veterinária Professor Firmino Mársico Filho da UFF. Os exames foram processados no contador hematológico automatizado veterinário (Mindray BC 2800 Vet ®). A contagem diferencial de leucócitos e a avaliação morfológica das células foram realizadas por hematoscopia de esfregaço sanguíneo corado com corante instantâneo (Panótico Rápido, LABORCLIN ®). Resultados: Anemia foi observada em 32,5% (13/40) dos animais, sendo predominantemente normocítica e normocrômica, que geralmente tem caráter arregenerativo devido à falha na eritropoiese por falta de estímulo/supressão da medula óssea e/ou falta de nutrientes para a síntese de hemácias. Quatro animais apresentaram microcitose e hipocromia, resultante de falta de nutrientes para síntese de hemoglobina. Trombocitopenia foi observada em 60% (24/40) dos animais, podendo estar relacionada a hemoparasitoses, devido à falta de controle ectoparasiticida adequado. Leucocitose foi observada em 30% (12/40) dos animais, associada a eosinofilia em 35% (14/40) e neutrofilia em 22,5% (9/40). Um animal apresentou DNNE discreto. Esses dados são sugestivos de inflamação e/ou infecção parasitária, esperadas nessa população de animais. Leucopenia foi observada em 5% (2/40), sugerindo supressão, possivelmente associada a viroses ou hemoparasitoses. Conclusão: Estes achados são de grande importância epidemiológica, pois podem sugerir algumas das doenças mais prevalentes em cães errantes, incluindo zoonoses. Estes animais devem ser monitorados sob um olhar de saúde única.
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