DERMATOPATIA FÚNGICA EM CÃO COM HIPOTIREOIDISMO – RELATO DE CASO
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/1902Palavras-chave:
HIPOTIREOIDISMO, HORMÔNIOS, CÃO, FUNGOResumo
Introdução O hipotireoidismo é uma patologia endócrina causada por uma anomalia estrutural ou funcional na glândula tireoide. O desequilíbrio em qualquer parte do eixo hipotálamo-hipófise-tireoide gera distúrbios multissistêmicos, devido a um déficit na produção de hormônios tireoidianos. Essa doença pode ser classificada em primária, secundária, terciária, congênita ou adquirida. A identificação da enfermidade é complexa por causa das diversas formas de apresentação dos sinais clínicos sem especificidade, podendo-se notar apatia, cansaço fácil, aumento de peso e alterações dermatológicas. Objetivo Relatar um caso de dermatopatia parasitária em um cão diagnosticado com hipotireoidismo. Materiais e métodos As informações citadas nesse trabalho foram adquiridas a partir da leitura da ficha do animal, análise do seu histórico, discussão com o médico veterinário responsável e trabalhos acadêmicos encontrados no Google Acadêmico. Relato de caso Um cão, macho, 8 anos de idade, sem raça definida e pesando 20,5 Kg, foi atendido com queixa inicial de alopecia, tendo sido diagnosticado anteriormente com sarna demodécica. Primeiramente foi feito um exame para Leishmaniose, o qual deu negativo. Em seguida realizou-se um raspado de pele, tendo dermatofitose como resultado, sendo prescrito itraconazol oral (dosagem manipulada de 200mg SID, durante 30 dias) junto com shampoo a base de cetoconazol e clorexidina. O tratamento resultou na estabilização do paciente, porém sua família adotou um novo animal, desencadeando uma piora, o que levantou a suspeita de hipotireoidismo. Colheu-se sangue do animal e encaminhou-se o soro para dosagem de hormônios tireoidianos, por meio da técnica de Quimioluminescência, a qual confirmou a disfunção endócrina (TSH igual a 0,71 ng/mL, T4 total <4,20 ng/mL). Assim, instituiu-se a administração de Levotiroxina sódica (posologia inicial de 200mcg BID), com a qual o paciente vem respondendo satisfatoriamente. Conclusão Cães com dermatopatias alopécicas oriundas de infecções fúngicas devem ser analisados minunciosamente na rotina clinica, considerando a dificuldade de identificação da causa primária e a possibilidade de associação com quadro de hipotireoidismo. Assim, uma excelente anamnese associada com exames clínicos e laboratoriais específicos, permitem uma correta elucidação diagnóstica, evitando a adoção de tratamentos tardios que podem agravar a doença.
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