Os Saberes Tradicionais de Etnobotânica da Comunidade Quilombola São José de Icatu/PA
Palavras-chave:
plantas medicinais, saberes tradicionais, etnobotânicaResumo
Introdução: Uma das características marcantes das sociedades tradicionais é a sua estreita dependência da natureza para a manutenção de seu modo de vida e a valorização de crenças, tradições, cultura e sociedade. O uso de plantas medicinais para o tratamento e cura de doenças é uma prática milenar e sempre usada por todos apresentando baixo custo e fácil acesso. A abordagem etnobotânica, possibilita investigar e analisar o uso das plantas com finalidades terapêuticas de determinado população, bem como entender a história e a relação do homem com essas plantas. Objetivo: identificar os saberes tradicionais relativos as plantas medicinais utilizadas no quilombo São José de Icatu, Mocajuba – PÁ. Material e métodos: Os sujeitos participantes da pesquisa foram 15 quilombolas. Para a coleta de dados foram utilizados um questionário semiestruturado e uma turnê guiada nos quintais dos moradores. Resultados: A faixa etária dos (as) participantes varia de 26 a 88 anos, sendo que as pessoas com idade entre 56 e 66 anos, principalmente as mulheres, apresentaram mais experiência acerca das plantas medicinais e suas finalidades. Ao comparar as plantas citadas com a idade das entrevistadas percebe-se que essa concentração está na faixa etária de 56 e 66 anos, sendo que a pessoas idosas da comunidade conhecem uma diversidade maior de plantas e tem um saber tradicional acumulado. Na turnê guiada realizada nas 15 casas do quilombo, cada morador foi identificando e realizando uma exposição oral relacionada às funções das plantas, modo de uso, modo de plantio e coleta das mesmas. Foram contabilizadas durante a turnê guiada participantes um total de 123 espécies de plantas medicinais sendo que as mais utilizadas são: boldo (Peumus boldus) para dores abdominais, urtiga (Urtiga dioica L) para roquidão, tosse, chicória (Cichorium intybus) para ataque de vermes, erva-cidreira (Melissa officinales) como calmante e prisão de ventre, japana roxa (Eupatorium triplinervque) para prisão de ventre, dentição e banho para coceira. As famílias botânicas mais evidenciadas e que apresentam uma maior biodiversidade foram: lamiaceae, urticaceae, monimiaceae, lauraceae e rutaceae Conclusão: Percebemos que os conhecimentos tradicionais relativos às plantas medicinais e crenças dos moradores da comunidade quilombola, vêm sendo repassado de gerações a gerações. Preservar e valorizar essa memória e saberes é essencial para manter viva o patrimônio cultural de uma sociedade que utiliza do potencial das plantas como fonte de cura e aplicação do saber.
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