RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL COMO MECANISMO DE CONSERVAÇÃO DE FLORA ENDÊMICA EM TIANGUÁ-CE
DOI:
https://doi.org/10.51189/rema/2655Palavras-chave:
AMARYLLIDACEAE, CEARANTHES FUSCOVIOLACEA, CEBOLA-BRAVA, ENDEMISMO, RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURALResumo
Introdução: Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é uma modalidade de Unidade de Conservação (UC) oficial brasileira, sob gestão de particulares, que permite apenas atividades de ecoturismo, educação ambiental e pesquisa científica, sendo seu uso comparável à UCs de proteção integral. Com essas características, as RPPNs apresentam maior potencial de preservação da biodiversidade que Áreas de Preservação Ambiental (APAs), que possuem regras mais flexíveis. No II Encontro SBE 2021, pesquisadores da Unicamp, em parceria com pesquisadores do Movimento Pró-Árvore, noticiaram a redescoberta de espécie vegetal rara em Viçosa-CE, a Cearanthes fuscoviolacea (família Amaryllidaceae), também conhecida como cebola-brava, endêmica da Serra da Ibiapaba, sem registro por mais de 4 décadas. Objetivo: verificar a existência da C. fuscoviolacea na RPPN Paulino Velôso Camêlo, nome fantasia Reserva Natureza Divina, em Tianguá, no estado do Ceará, contida na APA da Serra da Ibiapaba. Materiais e Métodos: fez-se busca ativa nas trilhas e cachoeiras da propriedade, no período de estiagem (setembro de 2021) e com o consentimento da proprietária. Resultados: Encontrou-se exemplares de C. fuscoviolacea, identificados pelas características de frutos e flores, pois, devido à estação seca, os exemplares não apresentavam folhas. Somente foram encontrados C. fuscoviolacea em áreas de difícil acesso e fechadas à visitação. Este achado soma-se ao estudo da ocorrência natural da espécie, constituindo novo registro, no município de Tianguá. Recomenda-se que a RPPN mantenha a área em questão fechada à visitação e permita o acesso apenas de pesquisadores, para evitar pisoteio e coleta de exemplares, já que a espécie apresenta potencial ornamental e medicinal. Conclusão: os achados evidenciam a importância de RPPNs como mecanismo de conservação da flora endêmica e percebe-se a necessidade de mais estudos para desenvolver métodos de propagação e garantir a continuidade e diversidade genética de C. fuscoviolacea, pois a mesma carece de informações sobre sua biologia reprodutiva. Também se faz necessário regulação, a nível estadual e municipal, de pagamento por serviços ambientais para garantir recursos aos proprietários e incentivar a criação de novas RPPNs, modalidade de conservação que tem se mostrado eficaz em preservar biodiversidade.
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