ANÁLISE DO ENCALHES DE TARTARUGAS MARINHAS NO CEARÁ: INTERAÇÕES ANTROPOGÊNICAS E INGESTÃO DE PETRÓLEO
DOI:
https://doi.org/10.51189/rema/1244Palavras-chave:
BIOLOGIA MARINHA, DERRAMAMENTO DE ÓLEO, POLUIÇÃOResumo
Introdução. O Instituto Verdeluz, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), possui quatro projetos pautados na conservação ambiental. Um destes projetos, o GTAR-VERDELUZ, atua sobretudo em prol da conservação de tartarugas marinhas na orla de Fortaleza e na região metropolitana. Dentre as atividades desenvolvidas pela equipe, estão o monitoramento de praias, necropsias e atuação em encalhes vivos e mortos. Objetivos. Desta forma, neste trabalho tivemos o propósito de analisar os dados obtidos a partir dos encalhes de tartarugas marinhas durante o período do vazamento de óleo no Nordeste do Brasil em 2019. Material e métodos. Durante o período de fevereiro de 2019 e agosto de 2020, as tartarugas marinhas que encalharam mortas no litoral do Ceará e apresentavam bom estado de conservação foram coletadas e transportadas para o laboratório, onde avaliamos as interações antropogênicas externas e internas, através de necropsia. Nestas necropsias coletamos dados morfométricos, como tamanhos do casco, peso, sexo, maturidade e outras informações pertinentes. Resultados. Entre os meses considerados, um total de 25 tartarugas marinhas encalharam no litoral do Ceará. Ao examinar estes indivíduos, averiguamos que cinco sofreram interação com pesca, tendo um deles morrido por consequência de um enroscamento em uma rede de pesca, e seis possuíam fibropapilomas. Os indivíduos pertencem a três espécies de tartarugas marinhas, sendo 20 indivíduos da espécie Chelonia mydas, três da espécie Eretmochelys imbricata e dois da espécie Lepidochelys olivacea. Além disso, identificamos que 17 indivíduos eram juvenis e oito eram adultos. Durante a necrópsia, encontramos lixo em 15 dos indivíduos, sintomas de inflamação em 17 e parasitas em outros seis. Também constatamos que parada cardiorrespiratória (10), edema pulmonar (2) e síndrome de caquexia (2) foram as principais causas de morte. Ademais, apenas oito tartarugas não apresentaram presença de petróleo ou óleo, internamente ou externamente. Conclusão. A presença de lixo no trato gastrointestinal das tartarugas é um fator alarmante, uma vez que é sabido das consequências danosas que esse material causa em seus organismos. As interações antrópicas variadas ainda nos alarmam, uma vez que são animais em extinção e sua proteção deveria estar sendo garantida.
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