INTERAÇÃO ENTRE A QUIROPTEROFAUNA CAVERNÍCOLA E SEU HABITAT NATURAL
DOI:
https://doi.org/10.51189/rema/1090Palavras-chave:
Chiroptera, Morcego, QuiropterosResumo
Introdução: devido ao seu hábito noturno, os quirópteros necessitam de abrigos diurnos, onde em repouso, minimizam seu gasto energético a salvo de predadores. Entre a ampla variedade de abrigos explorada por quirópteros, as cavernas são as principais estruturas naturais utilizadas. Objetivos: avaliou-se, portanto, a interação animal-ambiente dos membros da Ordem Chiroptera que apresentam hábitos cavernícolas. Material e métodos: foi realizada uma revisão de literatura sobre a quiropterofauna brasileira, com ênfase nas espécies de morcegos cavernícolas. Resultados: observou-se que os quirópteros constituem o único grupo de vertebrados que explora, com sucesso, cavernas enquanto abrigos permanentes, já que a maioria das espécies somente se refugia em seu interior sazonalmente. Nos trópicos, as cavernas se caracterizam como um abrigo diurno ideal, com temperatura em torno de 30°C e elevada umidade relativa, diminuindo o risco de ressecamento de suas frágeis membranas alares. Foi observado que foram catalogadas 56 espécies de morcegos que utilizam as cavidades subterrâneas no Brasil, existindo entre elas espécies efetivamente restritas, ou seja, são encontradas quase exclusivamente em cavernas, como é o caso dos morcegos Loncofilíneos e Natalus. Em cavernas permanentemente secas, nas quais não há aporte de nutrientes por nenhuma via, como enxurradas, rios subterrâneos, a principal fonte energética para o ambiente cavernícola se origina das grandes quantidades de fezes excretadas pelos quirópteros, formando depósitos orgânicos, denominado “guano”, um potente fertilizante natural. Os depósitos de guano são heterogêneos e apresentam distintas características, como umidade, pH e teor de matéria orgânica, resultado da variabilidade de microhabitats, microclimas e da biodiversidade local, abarcando comunidades zoológicas em seus diversos estágios sucessionais. Muitas espécies que se beneficiam do guano são troglófilas, ou seja, vivem tanto na parte menos iluminada das cavernas, quanto no ambiente externo, participando de interações diretas com os depósitos de guano e, ocasionalmente, de interações mutualísticas, de competição e predação relacionadas aos biótopos circunvizinhos. Conclusão: é notória a importância do estudo de comunidades associadas aos depósitos de guano produzidos por morcegos cavernícolas, haja visto que tais comunidades provavelmente reciclam e participam de interações relacionadas ao ambiente subterrâneo como um todo, sendo importante para a manutenção do ecossistema e biodiversidade local.
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