OS QUIRÓPTEROS E SUA IMPORTÂNICA NA REGULAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS FLORESTAIS
DOI:
https://doi.org/10.51189/rema/1071Palavras-chave:
Biodiversidade, Bioindicador, Chiroptera, Ecossistema, MorcegosResumo
Introdução: as regiões tropicais têm enfrentado constante fragmentação e isolamento dos ambientes florestais, comprometendo a biodiversidade e expondo diversas espécies ao risco de extinção. Objetivos: avaliou-se, portanto, a importância da Ordem Chiroptera como mantenedores e reguladores dos ecossistemas neotropicais e sua possível contribuição para estudos ambientais. Material e métodos: foi realizada revisão bibliográfica exploratória sobre a temática abordada, com foco nas espécies de quirópteros presentes nos biomas brasileiros e seus hábitos alimentares. Resultados: observou-se que no Brasil, há, aproximadamente, 168 espécies de morcegos catalogadas, pertencentes a nove famílias, representando 1/3 da mastofauna brasileira. Sua diversidade de hábitos alimentares, associada às suas adaptações morfológicas, permitem a utilização dos mais variados habitats, em complexa relação de interdependência com o meio. À medida que partilham recursos, os quirópteros influenciam a dinâmica dos ecossistemas naturais agindo como dispersores de sementes (espécies frugívoras), polinizadores (espécies nectarívoras) e reguladores de populações animais (espécies animalívoras, piscívoras, carnívoras e insetívoras), além de garantirem o aporte de nutrientes em ambientes cavernícolas por meio da excreção de suas fezes (guano). Devido à sensibilidade dos morcegos às alterações ambientais, à essa variedade de espécies e ao seu amplo espectro de locomoção, diversos autores os descrevem como importantes indicadores de fragmentação dos habitats e da qualidade ambiental. Os morcegos da subfamília Phyllostominae, como Chrotopterus auritus e Trachops cirhossus, são potenciais indicadores de áreas menos degradadas, sendo que áreas com maior abundância desta subfamília são consideradas mais preservadas, assim como a presença de morcegos do gênero Sturnira pode indicar alteração do ambiente. Já as espécies frugívoras tem sido consideradas as principais responsáveis pela ampliação de áreas florestadas e pela regeneração de ambientes florestais mediante a dispersão das sementes nas fezes. Evidenciou-se, também, que devido aos quirópteros cavernícolas, outras espécies podem coexistir em ambientes subterrâneos, uma vez que se alimentam do guano e de restos alimentares deixados ao chão pelos morcegos. Conclusão: a importância funcional da quiropterofauna para a dinâmica dos ecossistemas tropicais poder ser sugerida pela diversidade e densidade das espécies de morcegos, demonstrada pelo seu potencial na recuperação de ecossistemas florestais e atuação como bioindicadores de perturbações ambientais na região Neotropical.
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