PAPEL DA CÁPSULA POLISSACARÍDICA E DA PROTEÍNA PspA NA AÇÃO MICROBICIDA DA INDOLICIDINA SOBRE Streptococcus pneumoniae
DOI:
https://doi.org/10.51189/rema/1098Palavras-chave:
Streptococcus pneumoniae, Cápsula polissacarídica, Sorotipo, IndolicidinaResumo
Introdução: Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é uma bactéria responsável por elevada mortalidade no mundo todo. É um patógeno Gram-positivo extracelular recoberto por uma cápsula polissacarídica. A cápsula confere proteção contra a fagocitose pelo sistema imune, além de influenciar diferentes aspectos da patogênese bacteriana, como adesão e deposição de moléculas do sistema complemento. Devido à sua elevada imunogenicidade, os polissacarídeos capsulares constituem a base das formulações vacinais atualmente disponíveis contra o pneumococo. As cápsulas apresentam elevada variabilidade, permitindo a classificação da bactéria em 96 sorotipos. Os peptídeos antimicrobianos (AMPs) representam uma das primeiras linhas de defesa imune, através da capacidade de promover a lise de diversos patógenos. A indolicidina, um peptídeo catiônico produzido por neutrófilos ativados, apresenta ação bactericida contra o pneumococo. Nosso grupo demonstrou que a presença da proteína PspA – um importante candidato vacinal – na superfície da bactéria apresenta efeito protetor contra a lise por indolicidina. No entanto, a influência de outros fatores de virulência, como cápsula polissacarídica, não foram investigados. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo avaliar o papel da cápsula polissacarídica na proteção da bactéria contra a ação lítica da indolicidina. Material e métodos: Inicialmente foi avaliada a sensibilidade à indolicidina de pneumococos de quatro sorotipos capsulares diferentes. Em seguida, foi analisada a resistência à indolicidina em pneumococos selvagens versus mutantes isogênicos sem cápsula. Resultados: Os dados obtidos no primeiro ano de projeto indicam que diferentes sorotipos de pneumococo apresentam variação na resistência à indolicidina; os isolados 245/00 (sorotipo 14) e A66.1 (sorotipo 3) foram mais sensíveis quando comparados à D39 (sorotipo 2). A presença da cápsula também parece influenciar a ação lítica da indolicidina; a bactéria mutante se mostrou mais sensível ao AMP quando comparada à bactéria encapsulada. Conclusão e perspectivas: Os dados obtidos até o momento sugerem que a cápsula desempenha um papel protetor contra a ação da indolicidina e que variações na composição da mesma podem afetar a resistência bacteriana ao peptídeo. Novos ensaios utilizando-se pneumococos de diferentes sorotipos irão confirmar a influência da composição da cápsula na ação da indolicidina, enquanto a comparação de pneumococos selvagens e mutantes sem cápsula com diferentes backgrounds genéticos elucidará o efeito desta estrutura na proteção da bactéria contra este AMP.
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