QUETIAPINA NÃO-METABOLIZADA MODULA A FORMAÇÃO DE ARMADILHAS EXTRACELULARES DE NEUTRÓFILOS
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/997Palavras-chave:
Antipsicóticos, Inflamação, Leucócitos PolimorfonuclearesResumo
Introdução: A quetiapina (QUE) é um fármaco que, devido as suas diferentes formas de interação com os receptores, apresenta grande aplicabilidade clínica. Entretanto, esta droga possui muitos efeitos indesejados, tais como distúrbios da via metabólica e alterações no sistema imunológico. Durante seu metabolismo, 95% da QUE é biotransformada em seu principal metabólito ativo, a norquetiapina, os outros 5% permanecem como quetiapina não metabolizada (nmQUE), esta que pode ser responsável por alterações imunológicas periféricas, principalmente a inflamação crônica de baixo grau. Os neutrófilos são a principal linha de defesa dentre os glóbulos brancos, estando inteiramente associados à resposta imune inata. Recentemente, descobriu-se que essas células são capazes de formar uma estrutura única de DNA “decorada” de peptídeos antimicrobianos, denominadas armadilhas extracelulares de neutrófilos (NETs), as quais se formam logo após a hiperestimulação. A formação das NETs durante as doenças inflamatórias é favorecida por tecidos pró-inflamatórios e citocinas sistêmicas. Objetivo: Avaliar in vitro o possível efeito modulatório da nmQUE na ativação inflamatória causada pela formação de NETs. Métodos: Neutrófilos isolados do sangue humano de doadores saudáveis foram previamente ativados ou não pela exposição a células de leveduras (Saccharomyces cerevisiae), concentração de 1x107 cels/mL por 2 horas. Posteriormente, as células foram expostas a 100 µg/L de nmQUE por mais 2 horas, sendo, logo após, fixadas e coradas via Kit Panótico® e reagente Quant-iT™ PicoGreen®, seguidos pela captura de imagens. A formação das NETs foi mensurada via software Digimizer Image Analysis seguida pela análise não-paramétrica de Kruskal Wallis. Os valores foram considerados significativos quando p≤0,05. Resultados: Nas células tratadas apenas com nmQUE foi possível observar uma maior indução da formação de NETs, quando comparadas aquelas expostas somente à levedura. A ativação das NETs foi ainda maior no grupo exposto tanto a células de leveduras, quanto a nmQUE. Conclusão: Apesar das limitações inerentes aos estudos in vitro, nossos resultados demonstram que a nmQUE apresentou influência significativa na formação de NETs, com e sem a exposição a células de leveduras, representando um grande problema da terapia antipsicótica.
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