OS usuários de Cannabis sativa podem apresentar uma diminuição da resposta imunológica?
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/949Palavras-chave:
Abuso De Substâncias, Cannabis Sativa, Imunologia, InflamaçãoResumo
INTRODUÇÃO: A maconha é uma droga derivada da planta Cannabis sativa, e seu uso recreativo é mundialmente difundido. Pesquisas apontam que sua utilização pode provocar alterações na imunofisiologia. O principal psicoativo canabinóidepresente na maconha é o delta-9-tetra-hidrocanabinol (THC) e as formulações também podem conter uma alta porcentagem de canabidiol (CBD), um canabinóide psicoativo que possui baixa afinidade pelos receptores endocanabinóides. Considerando que o THC é um agonista parcial dos receptores CB1 e CB2, localizados no sistema nervoso central (SNC), sistema nervoso periférico, órgãos periféricos, tecidos e que os receptores CB2 são predominantemente expressos em células imunes, é imprescindível a execução de estudos sobre a relação de compostos canabinóides com processos inflamatórios. OBJETIVOS: Identificar dados relacionados às alterações imunológicas relacionadas ao uso de drogas à base de Cannabis sativa (CS). MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo enquadra-se como uma revisão integrativa da literatura, elaborada com dados oriundos de artigos científicos, disponíveis nas bases de dados virtuais em saúde: PubMed, MEDLINE, e SciELO, publicados entre os anos 2017 a 2021. RESULTADOS: Estudos demonstraram que o uso de CS está associado a toxicidade patológica e comportamental e, portanto, é contraindicado para o tratamento de diversas doenças, quando seus compostos não são devidamente isolados. A exposição de camundongos jovens à CS elevou a concentração de citocinas mensuradas no tecido cerebral desses animais, mesmo após seu envelhecimento. Além disso, foi constatado um efeito inflamatório de longa duração que possivelmente influenciou na vulnerabilidade a doenças imunológicas e comportamentais na idade adulta dos animais. Contudo, percebe-se a inibição das respostas infecciosas em alguns casos, devido à sua capacidade de suprimir a proliferação de linfócitos T e monócitos inflamatórios. O uso da CS também pode afetar o sistema respiratório, podendo causar aumento de tosse, expectoração e hiperinsuflação; desencadeando doenças crônicas como bronquite e diminuindo a resposta imune, o que contribuiria para a evolução do quadro a uma pneumonia. Conclusão: As relações até então estabelecidas sobre a exposição à C. sativa e alterações da resposta do sistema imunológico ainda não estão totalmente consolidadas e, portanto, faz-se necessário estudos científicos que apresentem evidências claras dos possíveis efeitos no sistema imunológico.
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