O TRABALHO EM SAÚDE E EM ÁREAS ESSENCIAIS NO ENFRENTAMENTO À COVID-19: A PROTEÇÃO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS NA AGENDA DO SUS
Palavras-chave:
COVID-19, defesa do SUS, proteção física e psicossocial dos trabalhadores, saúde pública, trabalho em saúdeResumo
Introdução: Desde os primeiros registros, a COVID-19 mobiliza a OMS para a resposta mundial. Com o aumento de casos entre profissionais de saúde e áreas essenciais, as propostas incluíram a proteção dos trabalhadores com medidas de proteção individual e coletiva. A rápida evolução dos processos relacionados à doença e as respostas das sociedades demonstraram uma tripla inserção desses trabalhadores, tornando necessário compreender o trabalho em saúde como singular, envolvendo questões de biossegurança e psicossociais para proteger os trabalhadores. Objetivo: Compreender iniciativas de proteção física e psicossocial no trabalho de enfrentamento à pandemia. Metodologia: Pesquisa bibliográfica e documental de natureza exploratória. Resultados: A insegurança no enfrentamento à pandemia no Brasil envolve três dimensões: a biossegurança, a saúde mental e a fragilidade social. Na primeira, o risco biológico, ampliado por problemas de desestruturação tecnológica dos serviços pela redução de investimentos e despreparo para emergências epidemiológicas, são condicionantes da qualidade das respostas. Na segunda, a sobrecarga e o estresse no trabalho, são fundamentais, sobretudo no colapso desses serviços. Na terceira, a banalização da doença pelo negacionismo e negligência governamental às recomendações internacionais ampliam o risco aos trabalhadores a episódios de assédio e violências. O resultado da tripla inserção é um volume crescente de profissionais afastados por adoecimento e morte. No contexto internacional, varia entre 4% e 15% e no Brasil de 25% a 50% de trabalhadores afastados, agravando a resposta à pandemia. Diante da inexistência de uma resposta coordenada no âmbito federal, o Conselho Nacional de Saúde emitiu normas de proteção e uma campanha denominada “Proteger os trabalhadores e trabalhadoras da saúde e demais áreas essenciais é proteger o Brasil”. Mobilizou diferentes atores e desencadeou estudos, iniciativas de educação permanente e visibilidade à problemática. As iniciativas são prioritariamente de serviços e sistemas locais e estão centradas na educação permanente, desenvolvendo tecnologias sociais nos serviços e com comunidades. Conclusão: Os indicadores demonstram escassez de iniciativas nacionais cientificamente embasadas, o que afeta triplamente o trabalho na saúde e áreas essenciais. Para fortalecer a saúde pública, deve-se cuidar dos trabalhadores, com embasamento científico e nas recomendações internacionais, além do envolvimento da sociedade na defesa do SUS.
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