SÍNDROME DE PANDORA: RELATO DE CASO DE TRATAMENTO CLÍNICO EM FELINO RESIDENTE EM BIOTÉRIO

Resumo

Introdução: A síndrome de pandora é um conjunto de distúrbios resultantes da Cistite Idiopática Felina, com alterações sistêmicas, principalmente em trato urinário inferior. Pode cursar com obstrução uretral, resultando em estrangúria, hematúria, anúria ou disúria. Também é associada ao estresse de confinamento e disputa territorial. Objetivo: O objetivo do trabalho é relatar caso de Síndrome de Pandora pós-estresse em um felino residente no Biotério Canil e Gatil/ISPA/UFRA. Material e Métodos: Felino, macho, SRD, castrado, submetido à cirurgia de enucleação no dia 28/01/21. No pós-operatório brigou com outro felino macho, iniciando os sintomas como postura de esforço, disúria e exposição do pênis. Foi atendido no Hospital Veterinário Prof. Mário Dias Teixeira (HOVET/UFRA), sendo realizada infusão de Ringer Lactato em taxa de manutenção, aplicação de Meloxicam 0,2% (0,03mg/kg) e Cloridrato de Tramadol (1mg/kg). A prescrição VO contou com Meloxicam (0,03mg/kg SID/3 dias), Cloridrato de Amitriptilina (1mg/kg SID) e Gabapentina (10mg/kg SID) até novas recomendações. Após a retirada dos pontos da cirurgia o paciente teve agravo dos sintomas e no dia 26/02/2021 foi submetido à sondagem uretral com utilização de Prazosina (0,25mg/gato/3 dias) para favorecer a micção. Resultados: Foi solicitada ultrassonografia abdominal e urinálise, que revelaram cistite, turbidez urinária, sedimento ativo, presença de hifas, bacteriúria e proteinúria. Solicitada também urocultura e antibiograma e introdução de Amoxicilina com Clavulanato de Potássio (20mg/kg BID/15 dias). A Urocultura revelou positividade para Enterobacteriaceae spp e Pseudomonas sp., sem sensibilidade a nenhum dos antibióticos testados. A sonda uretral foi mantida por 3 dias e na retirada observou-se resistência, pois a mesma estava dobrada no canal uretral, havendo a necessidade de sedação para sua retirada. Foi prescrito Prednisolona (1mg/kg SID/3 dias) devido a edema na região peniana e instituído o enriquecimento ambiental na baia do animal para alívio do estresse aliado ao manejo nutricional com hidratação adequada para maior diluição urinária. O paciente manteve-se estável e foi encaminhado para adoção responsável, sem relato de reincidência do quadro. Conclusão: A Síndrome de Pandora possui três pilares para um tratamento efetivo: clínica, nutrição e bem-estar, necessitando de atenção a longo prazo e instituição de medicamentos antidepressivos e analgésicos para evitar recidivas.