ABANDONO DO TRATAMENTO DA HANSENÍASE OCASIONADO POR EFEITOS ADVERSOS DOS MEDICAMENTOS
Palavras-chave:
reações adversas relacionados a medicamentos, terapêutica, cooperação do paciente, hanseníaseResumo
Introdução: A hanseníase é uma doença crônica e infectocontagiosa. Com seu alto poder incapacitante e sua imunogenicidade, a hanseníase representa um grave problema de saúde pública no Brasil, trazendo consigo grande impacto socioeconômico e repercussão psicológica. O abandono do tratamento é uma das principais causas do baixo controle da doença no Brasil, corroborando com a importância da adesão efetiva do paciente ao tratamento. Objetivo: Descrever o abandono do tratamento da hanseníase ocasionado por efeitos adversos aos medicamentos, por meio da literatura. Material e métodos: Optou-se pelo uso do método de revisão integrativa realizada nas bases de dados SciELO, MEDLINE, LILACS, BDENF e BVS. Utilizou-se os descritores “reações adversas relacionados a medicamentos”, “terapêutica”, “cooperação do paciente” e “hanseníase”. Resultados: Foram identificados 436 artigos, 420 foram retirados conforme os critérios de exclusão, dos 16 lidos na integra, 8 dos artigos estavam repetidos, restando apenas 8 para a construção do presente trabalho. Os artigos científicos selecionados foram todos nacionais publicados entre 2002 e 2017. Dentre os principais fatores relacionados ao abandono do tratamento: esquecimento, falta de tempo, regime terapêutico prolongado, processos inflamatórios, reações de hipersensibilidade, condições socioeconômicas, religião e/ou crença na cura não medicamentosa, conhecimento acerca da doença, apoio familiar, efeitos adversos e reações aos medicamentos. Quando o paciente abandona ou interrompe o tratamento, ele não somente possibilita o desenvolvimento de resistência aos antibióticos, mas também remete na perpetuação da cadeia de transmissão da hanseníase que havia sido interrompida com o início do tratamento medicamentoso, bem como risco de desenvolver incapacidades físicas e deformidades, aumento da incidência de complicações e reações hansênicas. Dessa forma, a problemática da adesão ao tratamento da hanseníase não afeta apenas as pessoas que desenvolvem a doença, mas toda a sociedade, que permanece suscetível. Conclusão: A adesão do paciente ao tratamento da hanseníase é imprescindível, visto que, após o início da terapia, não mais se transmite a doença e interrompe-se a cadeia de transmissão. A falta de adesão dos pacientes foi relacionada, além dos efeitos adversos, às questões relacionadas ao que se sugere estar ligado à fragilidade de ações voltadas à educação em saúde para a hanseníase.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O conteúdo desta revista foi migrado para https://editoraintegrar.com.br