QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA SUBTERRÂNEA CONSUMIDA NA ZONA RURAL: UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA
DOI:
https://doi.org/10.51161/rems/1172Palavras-chave:
COLIFORMES, CONTAMINAÇÃO, MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS, POÇOS ARTESIANOS, POTABILIDADE DA ÁGUAResumo
Introdução: O abastecimento hídrico na zona rural ocorre, em grande parte, pela captação de água subterrânea em poços domiciliares. Nesses locais, é comum que a água consumida não seja submetida à análises microbiológicas e tratamento, tornando-se um importante fator de risco na ocorrência de doenças diarreicas de natureza infecciosa, uma vez que os solos rurais estão intensamente sob o uso agrícola, pecuário e expostos aos despejos domésticos. Bactérias do grupo coliforme são indicadoras de contaminação por microrganismos patogênicos de veiculação hídrica. Objetivo: Avaliar a qualidade microbiológica da água de um poço artesiano que abastece oito famílias, na comunidade rural de São João das Missões, São Miguel das Missões, Rio Grande do Sul. Material e Métodos: O poço artesiano em estudo possui 140 m de profundidade e, em um raio de 100 m no seu entorno, há criação de animais (bovinos, suínos, aves), lavoura cultivada, esgoto doméstico e domicílios. Amostras de água foram coletadas in loco, em dois eventos com um ano de intervalo, seguindo a metodologia da American Public Health Association para águas subterrâneas. Verificou-se qualitativamente coliformes totais e a bactéria Escherichia coli em 100 ml de amostra sob uso de substrato cromogênico Collitest® , em triplicata, para detecção: após 24 horas de incubação à 35ºC, a presença de coliformes totais por indicativo de mudança de coloração da amostra e após 48 horas de incubação a 35 ºC, a presença de E. coli, através de leitura da coloração da amostra sob luz ultravioleta. Resultados: A análise microbiológica apontou presença de coliformes totais em 100% das amostras e E. coli ausente, em ambos eventos amostrais, demonstrando que não houve alteração na qualidade da água após um ano. Conclusão: A água do poço artesiano em estudo possui padrão microbiológico alterado de acordo com a Portaria nº 2.914/2011, do Ministério da Saúde, e oferece potencial risco à saúde dos consumidores locais, representando a problemática do saneamento básico rural. O tratamento de desinfecção e o monitoramento da qualidade desta água são sugeridos, até que se obtenham resultados satisfatórios para os padrões microbiológicos seguros ao consumo humano.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O conteúdo desta revista foi migrado para https://editoraintegrar.com.br