A BIOTECNOLOGIA ADVINDA DOS SABERES DE COMUNIDADES TRADICIONAIS NA REGIÃO CENTRO OESTE DO BRASIL

Resumo

Introdução: O ser humano sempre fez uso dos recursos advindos da natureza para suprir suas necessidades, como alimentação, moradia e tratamento de enfermidades. Nesse cenário, o avanço das tecnologias ligadas a bioprospecção de produtos vegetais, sobretudo dos oriundos do conhecimento popular, tem recebido atenção especial de pesquisadores. Sendo assim, é de suma importância, a investigação sobre o conhecimento da flora pelas comunidades tradicionais, e que, tal conhecimento seja valorizado e utilizado como forma de manutenção da biodiversidade. Objetivos: Analisar os avanços em biotecnologia oriundos dos conhecimentos cooptados de comunidades tradicionais da região Centro-Oeste do Brasil. Material e métodos: A pesquisa centra-se em publicações voltadas para o tema geral Biotecnologia e Comunidades tradicionais da região CentroOeste. Os dados foram reunidos de trabalhos indexados nos últimos 10 anos em bases de dados especializados com busca nacional. Resultados: As famílias botânicas predominantes foram: Arecaceae, Anonaceae, Apocynaceae, Clusiaceae, Malpighiaceae, Rubiaceae e Euphorbiaceae, Lythraceae, Oxalidaceae. O uso da flora voltou-se para a identificação de compostos com potencial para o desenvolvimento de produtos de interesse econômico e social, com destaque para a ação fitoterápica, controle fitossanitário e produção de cosméticos. As plantas medicinais se mostraram muito frequentes, demonstrando a importância das mesmas para as comunidades tradicionais. Também reunimos informações sobre a utilização de extratos com potencial para o combate a vetores de doenças, como o Aedes aegypti, controle de pragas na agricultura, uso de extratos para produção de cosméticos como fotoprotetores e cremes faciais. Outro ponto a se destacar é a necessidade de garantir as comunidades tradicionais o direito as benesses advindas das descobertas, como as que permitem a produção de novos medicamentos. Conclusão: Valorizar o conhecimento das comunidades tradicionais é essencial para garantir a manutenção da biodiversidade, sendo urgente o estabelecimento de estudos interdisciplinares que forneçam dados abrangentes sobre a realidade desses espaços sociais.