DORMÊNCIA EM SEMENTES DE MAMONA: CAUSAS E GENES RELACIONADOS
DOI:
https://doi.org/10.51189/rema/809Palavras-chave:
Bioinformática, Agricultura, Nordeste, dormência fisiológica, dormência químicaResumo
Introdução: A dormência é caracterizada pela incapacidade de sementes viáveis germinarem em condições favoráveis, sendo causada por fatores genéticos e/ou ambientais. A mamona (Ricinus communis Linné), cuja dormência não apresenta causa definida, é uma planta da família Euphorbiaceae. O óleo extraído de suas sementes apresenta diversas caraterísticas interessantes para aplicação industrial, sendo comercializado com alto valor agregado. Objetivo: Este estudo tem como objetivo investigar as causas da dormência em sementes de mamona e identificar genes relacionados ao fenômeno. Materiais e métodos: Inicialmente realizamos uma revisão de literatura para identificar genes relacionados a dormência em Arabidopsis thaliana, e então uma busca pelas sequências proteicas no banco de dados do TAIR. Após a seleção dos genes, utilizamos o banco de dados Phytozome para realizar um BLASTP no genoma de mamona, selecionando as sequências homólogas. Com a seleção das sequências, realizamos uma análise filogenética para montagem de árvore NJ e análise de motifs, identificando genes relacionados à dormência em mamona. Em seguida, realizamos uma curva de embebição com sementes escarificadas e não-escarificadas da Cultivar BRS Energia, que apresenta dormência, para verificar se o tegumento representa uma barreira à absorção de água. Paralelamente, preparamos extrato aquoso do tegumento, que foi utilizado em ensaio para verificar seu efeito sobre a germinação de sementes de alface. Resultados: Na análise filogenética, foram identificados 17 genes homólogos aos genes relacionados à dormência em Arabidopsis, indicando a possibilidade de dormência fisiológica na mamona. A curva de embebição demonstrou que as sementes dormentes atingem a fase II de embebição, descartando-se a possibilidade de dormência física. O extrato possuiu efeito inibitório na germinação de sementes de alface, que é atribuída a substâncias presentes no tegumento. Conclusão: Os resultados obtidos indicam a possibilidade de dormência fisiológica/química nas sementes de Ricinus communis. Com esse trabalho, esperamos contribuir em futuros estudos voltados à dormência na espécie.
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