CÂNCER ANAL: A ABORDAGEM DA VULNERABILIDADE PARA COMPREENDER A DOENÇA E O CUIDADO
Resumo
Introdução: O câncer anal, embora raro, é motivo de preocupação das autoridades, da população e da comunidade científica, pela incidência crescente, impulsionando novos estudos. Objetivo: Identificar riscos e vulnerabilidades e a influência que exercem na abordagem da doença. Material e métodos: Pesquisa bibliográfica de natureza exploratória, utilizando bases de dados públicas. Resultados: O câncer anal é multifatorial, sendo que os fatores estão associados a comportamentos de pessoas e coletividades: HPV; prática de sexo anal receptivo; alimentação; sedentarismo; tabagismo; alcoolismo; imunossupressão após transplante; fístula anal crônica; histórico familiar; nível socioeconômico; condições de higiene; irritação crônica do ânus e predisposição genética. Esses riscos são identificados por estudos epidemiológicos, que buscam no sujeito as condições de exposição. A literatura recomenta desconstruir o sentido de responsabilização dos indivíduos quando se aborda apenas os fatores de risco, especialmente os biológicos. Para o câncer anal, é imperioso considerar também os fatores sociais que definem as vulnerabilidades individuais, coletivas e contextuais que contribuem para a suscetibilidade de pessoas a oscilações de saúde. Essa definição abrangente é constituída por uma porte multidisciplinar: condições de acesso aos serviços; declínio da economia; deficiência de políticas públicas e instabilidade nos serviços; falhas na organização dos serviços de saúde e escassez de profissionais habilitados ao diagnóstico e cuidado; imaginários sociais estigmatizantes em relação às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). O diagnóstico e o tratamento das pessoas com IST são garantidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Muitas vezes a abordagem a partir do grupo considerado de risco mobiliza práticas preconceituosas e estereotipias que reforçam o preconceito e dificultam a adesão das pessoas, ou mesmo ignoram as necessidades de saúde das pessoas e coletividades em relação às IST. Conclusão: Compreender as vulnerabilidades que envolvem a pessoa minimiza a morbidade causada pelo estigma social. As estratégias de cuidado devem considerar o perfil das pessoas e variáveis socioeconômicas, reconhecendo que o aspecto social deve estar presente quando se trata de riscos. Com a vulnerabilidade sob perspectiva, as estratégias devem enfatizar a adesão ao sistema, melhorando a interação entre população e serviço. Essa abordagem deve constar também na formação dos profissionais envolvidos na prevenção, diagnóstico e tratamento.
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