ANTROPOCENTRISMO E OS EFEITOS NA REPRESENTAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Resumo

Introdução: A educação é sem dúvidas, a mais poderosa ferramenta de transformação das realidades sociais em que estamos inseridos. Quando lançamos um olhar sobre o meio ambiente e nos tornamos conscientes que a manutenção da vida, depende estritamente do equilíbrio entre o homem e a natureza, nos sensibilizamos para a necessidade essencial da educação ambiental crítica nos diferentes níveis de ensino. Objetivo: Este trabalho objetivou o estudo qualitativo de representações sobre meio ambiente e a relação com o senso comum homemxnatureza, de participantes de um programa de atividades de férias realizado no jardim Botânico da Universidade Federal de Santa Maria-RS, denominado “Detetives do Jardim Botânico”. Integrado por crianças de diferentes instituições de ensino, com idades entre 8 e 12 anos. Material e métodos: Para a obtenção do material para análise foi utilizado o procedimento desenho com tema. A atividade proposta foi à realização de um desenho livre, onde os participantes demonstraram sua percepção através da palavra indutora “meio-ambiente”. A ideia de pedir o desenho justifica-se pelo objetivo de que a representação sobre o meio apresentasse suas visões, conhecimentos e conceitos sobre o tema central, construídos até o momento e necessário para a validação dos resultados. A análise dos dados foi qualitativa, por meio da identificação de dimensões e dos componentes ilustrados em 16 representações. Resultados: Nas representações estudadas foi possível perceber que os participantes possuem uma visão bastante ampla sobre meio ambiente. Os elemento bióticos bem representados, com diversidade de ecossistemas e nichos, assim como os abióticos, o solo, as rochas, o sol e claras interações entre os constituintes. Conclusão: Ainda que as representações sejam compostas por esta variedade elementar, somente 4 delas, trouxeram o homem como parte integrante do meio ambiente. Concluindo assim que, maior parte, das crianças da amostra, tem uma visão naturalista e dicotomizada, percebendo o homem e o meio ambiente como fragmentos dissociados, resultando em dificuldades na superação da chamada “crise de percepção humana”. Com base nisso podemos inferir a importância da criação de uma base comum de educação ambiental voltada a reformulação dos valores nesta fundamental área do saber.