Morcegos (Mammalia, Chiroptera) e moscas ectoparasitas de morcegos (Diptera, Streblidae) encontrados no oeste da Amazônia brasileira

Autores

  • Ana Beatriz Alencastre Santos
  • Jennifer Bandeira Silva
  • Leandra Palheta
  • Simone Almeida Pena
  • Thiago Bernardi Vieira

Palavras-chave:

Acre, Chiroptera, Ectoparasitas, RESEX

Resumo

Introdução: Os morcegos são mamíferos pertencentes à ordem Chiroptera, compreendendo os únicos mamíferos que apresentam capacidade de voo. O grupo é formado por 18 famílias, 202 gêneros e 1120 espécies. São cosmopolitas e apresentam uma alta diversidade de guildas tróficas e comportamentais, apresentando vários papeis ecológicos. Além dos serviços ecossistêmicos, observamos a associação dos morcegos a ectoparasitas, que tende a ser muito intraespecífico. Apenas duas famílias de dípteros são associadas aos morcegos, A família Streblidae e a família Nycteribiidae. No Brasil já foram registradas 68 espécies Streblidae e 23 da Nycteribiidae, apesar da diversidade o conhecimento sobre a fauna de morcegos e seus ectoparasitas ainda é baixo. Objetivo: Apresentar uma lista de espécies de morcegos e seus ectoparasitas associados para duas reservas extrativistas (RESEX) do Oeste da Amazônia brasileira. Material e métodos: As coletas foram realizadas em agosto de 2019, nas RESEXs Cazumbá-Iracema e Chico Mendes, ambas localizada no estado do Acre. Aconteceram em dez noites, sendo cinco em cada RESEX. Em cada ponto, foram utilizadas 10 redes de neblina (9m X 2,5m), abertas ao pôr do sol e permanecendo assim durante seis horas. Os morcegos capturados foram armazenados em sacos de algodão e tiveram os seus dados coletados. Dois casais de cada espécie foram coletados e depositados em coleção servindo como espécime testemunho. Após a captura e antes da morfometria dos morcegos, foi realizada a busca por ectoparasitas em todo o corpo do individuo e extraídos com pinceis umedecidos em álcool etílico 96% e pinças de ponta fina. Os ectoparasitas foram fixados em álcool etílico 96% e acondicionados em recipientes individuais, etiquetados de acordo com cada hospedeiro. Em laboratório as espécies de moscas foram identificadas até o menor nível taxonômico utilizando bibliografia específica. Resultados: Foram amostrados 33 morcegos, representando três famílias (um Molossidae, um Noctilionidae e 17 Phyllostomidae), de seis guildas tróficas, sendo a dos frugívoros mais abundante e 46 dípteras ectoparasitas, todas da família Streblidae. Apenas a família Molossidae não apresentou moscas ectoparasitas. Conclusão: A família de morcegos mais abundante foi Phyllostomidae, resultado recorrente em diversos estudos realizados em região neotropical. Isso está relacionado à seletividade das redes de neblina em amostrar morcegos. A ocorrência apenas de moscas ectoparasita da família Streblidae, pode ser explicada pela grande abundância de morcegos Phyllostomidae, uma vez que esta duas famílias são fortemente correlacionadas.

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Publicado

2020-12-01

Como Citar

Santos, A. B. A., Silva, J. B., Palheta, L., Pena, S. A., & Vieira, T. B. (2020). Morcegos (Mammalia, Chiroptera) e moscas ectoparasitas de morcegos (Diptera, Streblidae) encontrados no oeste da Amazônia brasileira. Revista Multidisciplinar De Educação E Meio Ambiente, 1(2), 62. Recuperado de https://editoraime.com.br/revistas/index.php/rema/article/view/481

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